Samuel Beckett - Pioravante marche.
Acerca de mim
- milhafre
- Quem sou eu...... as vezes queria ser apenas um escolho atirado aos ventos. outras a minha faceta de louco faz-me querer enveredar por caminhos que desconheço e espanto-me a mim próprio. diria que sou alguém que aspira a ser simples e a quem o corre corre dos dias parece estrangular as vezes deixando as palavras e os sonhos amordaçados na garganta. se um dia me for espero ser lembrado como um bom amigo .
domingo, dezembro 31, 2006
Novo ano... nascer, renascer voltar a nascer
Samuel Beckett - Pioravante marche.
sábado, dezembro 23, 2006
BOAS FESTAS
Era uma vez um cego de nascença. Nunca tinha visto o sol, e perguntava como era este às pessoas que enxergavam.
Alguém lhe disse: O sol é como uma bandeja de latão.
O cego bateu na bandeja de latão e ouviu o som.
Depois, quando ouviu um sino, pensou que fosse o sol.
Outra vez, disse-lhe alguém: o sol é como uma vela.
O cego apalpou uma vela, e pensou que assim era o formato do sol.
A verdade é mais difícil de descrever que o sol; e quando os homens não a conhecem, são exactamente como o cego.
Ainda que façais o possível para esclarecê-la por meio de comparações e exemplos, ela ficará tão confusa como a comparação da bandeja de latão e da vela.
Su Tungp’o
Desejo-vos um optimo natal e um ano de 2007 cheio de ternura, amor, saude e paz.
Espero que no novo ano vos traga tudo o que desejam e que a humanidade possa alcançar a harmonia e a paz de que necessita para se tornar mais igual e mais justa .
gosto muito de vocés.
ps. esta citação foi uma resposta a um poema que coloquei no blog de uma pessoa muito especial há cerca de ano e meio, desde aí tem sido maravilhoso entrar neste universo da net, mas também poder partilhar da grandeza e magia do sorriso dessa pessoa, bem como das alegrias, sonhos, loucuras e tristezas de todos vocés que vem cá e me leem.
à madrinha deste espaço queria deixar aqui uma sinecra homenagem por tudo o que é, por tudo o que sente sonha e vive, mas tembém por toda a magia que ajuda a trazer aos dias daqueles que com ela se cruzam.
a todos voces o meu sincero obrigado pela imensa capacidade que tem em partilhar-se neste imenso universo que é a escrita.
O blog é vosso..
adoro-vos
segunda-feira, dezembro 04, 2006
Dizem que a paixão o conheceu
Espero que nas vossas almas a paixão esteja viva e os sonhos sejam possiveis.
"Dizem que a paixão o conheceu
dizem que a paixão o conheceu
mas hoje vive escondido nuns óculos escuros
senta-se no estremecer da noite enumera
o que lhe sobejou do adolescente rosto
turvo pela ligeira náusea da velhice
conhece a solidão de quem permanece acordado
quase sempre estendido ao lado do sono
pressente o suave esvoaçar da idade
ergue-se para o espelho
que lhe devolve um sorriso tamanho do medo
dizem que vive na transparência do sonho
à beira-mar envelheceu vagarosamente
sem que nenhuma ternura nenhuma alegria
nunhum ofício cantante
o tenha convencido a permanecer entre os vivos"
Al berto
domingo, novembro 26, 2006
desculpem ter estado ausente....
Acertaram... estou mais velhinho...
mas se querem saber acho que o balanço até foi bom.
Foi bom voltar a estar com alguns amigos que não via há muito tempo, foi bom receber os gestos de carinho e de apreço que recebi pessoalmente, por telefone, e também pela net e pelo HI5. ADOREI.
Porque a minha amiga Monica Mendes me deixou um texto muito especial como comment decidi partilha-lo convosco porque é uma enorme mensagem de esperança.
Depois de algum tempo aprendes a diferenca, a subtil diferenca, entre dar a mao e acorrentar uma alma.
E aprendes que amar nao significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa seguranca. E comecas a aprender que beijos nao sao contratos, presentes nao sao promessas.
E nao importa o quao boa seja uma pessoa, ela vai ferir-te de vez em quando e precisas perdoa-la por isso.
Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobres que se leva anos para se construir confianca e apenas segundos para destrui-la, e que podes fazer coisas num instante, das quais te arrependeras pelo resto da vida.
Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distancias.
E o que importa nao e o que tu tens na vida, mas quem tens na vida.
Descobres que as pessoas com quem mais te importas na vida, sao tiradas de ti muito depressa; por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a ultima vez que as vemos.
Aprendes que paciencia requer muita pratica.
Aprendes que quando estas com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso nao da o direito de seres cruel.
Aprendes que nem sempre e suficiente ser perdoado por alguem.
Algumas vezes, tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo.
Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, tu seras em, algum momento, condenado.
Aprendes que nao importa em quantos pedacos teu coracao foi partido, o mundo nao para para que o consertes.
E, finalmente, aprendes que o tempo, nao e algo que possa voltar para tras.
Portanto, planta teu jardim e decora tua alma, ao inves de esperar que alguem te traga flores.
E percebes que realmente podes suportar... que realmente es forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que nao se pode mais.
E que realmente a vida tem valor, e que tu tens valor diante da vida! E so nos faz perder o bem que poderiamos conquistar, o medo de tentar!
William Shakespeare
Obrigado Mónica... como ves estou de volta
quarta-feira, novembro 15, 2006
Quem dera...
os sinais de mim
pedaços soltos
dos dias que vivi
andava à procura
de sonhos
esqueci-me
de mim
quero regressar a casa
e nem sei de onde vim
não tenho morada
quem dera dize-la aqui
trago no olhar
uma quimera de sonhos
vestígios de vida
a deriva no mar
dos meus olhos
ai meu deus
quem dera
ser só essência
poeira vá de vida
num qualquer caminho
escoria ao vento
longe da impaciência
em que se afunda
a esperança
aiaiaiaii
ai
quem dera
ehehehehehe
ser fera
primavera
quem dera
um ebrio louco
vagabundo das esquinas
ai quem dera
não ter nome
não ter pouso
não ter coração
aiai
não ter alma
so ter calma
uma alucinação
só ser vento
só ser mar
só ser devoção
não pensar em ir
não pensar em vir
não estender a mão
ai quem dera
ser calor de verão
ou cais das tormentas
beijar sem pensar
todas as bocas
e mergulhar meu corpo
em insanas camas
ehehehehe
quem dera
quem dera
não saber o que é
... a espera
... a abnegação
... o sonho
... o amor
e não ter porque cantar
esta canção.
sexta-feira, novembro 10, 2006
Já não sei...
O que me leva a ti
Um lençol enrolado
Num sopro de cetim
Voo de um beija flor
Eterno e enamorado
Cambalhotas de poetas
Dadas com as canetas
Num céu de papel.
Já não sei
O que me faz assim
Guardador dos sonhos
que nem sequer vivi
um bêbado adiado
fadista magoado
chorando o seu fado
como um profeta
desde o dia em que te vi
Já não sei
O que me faz sonhar
Ter o mundo defronte
Mas ficar no horizonte
Desse teu rebelde olhar
Querer ser vento e nau
Só porque trago no pensamento
E pensar que conquistaria os oceanos
Se mergulhasse nos teus braços
Já não sei
O que é querer ser mar
Sem trazer lagrimas
no fundo do olhar
mares por acontecer
saudades de ti
vindas de dentro da alma
quando perco a calma
e me sinto a esmorecer
Já não sei
O que é ser luz sem ti
Candeia de sonhos
Vestígios de ti
Perfume da noite
Numa rua deserta
Doce alucinação
Meu amor
Minha prisão
Meu oculto amor
já não sei ...
....amar-te
... querer-te
... chorar-te
... sonhar-te
... viver-te
... cantar-te
... ser teu.
domingo, novembro 05, 2006
Amigo... por Monica Mendes
Amigo...
Aquele que me faz sorrir
Aquele que me faz feliz,
Aquele que me faz sentir
Quando estou por um triz.
Aquele que me anima
Aquele que me mima,
Aquele que me poe para cima
Quando a tristeza me domina.
Aquele que me faz rir
Quando na verdade quero chorar,
Aquele que faz tudo para me alegrar.
Aquele que E a personificaCao da amizade,
Aquele que quando esta longe
Nos faz morrer de saudade.
Sem eles,
nao saberia viver,
Me deixaria elouquecer.
Amigos sao um oceano profundo
Fazem parte do nosso mundo.
Sentem-se presentes
Mesmo quando estao ausentes,
Vivem no nosso coraCao
Nos dao a sua luz
Quando estamos na escuridao.
Muitas pessoas passam pela nossa vida
Mas os amigos verdadeiros nao passam,
Ficam...
quinta-feira, novembro 02, 2006
em memória de Bruno Carvalho
Rui Rosado
Embora não te tenha conhecido em vida...
Embora nunca tenhas vindo a este espaço...
Apesar de teres uma dimensão do espaço e da altitude muito maior do que a que alguma vez terei...
Apesar de não ter conhecido antes a glória dos feitos e passos que deste ao longo dos teus 31 anos de vida, nem ter podido congratular-me ou homenagear-te neste blog por eles (coisa esta trágica que é a morte, em que os herois só o são ao partirem)...
Como Português que sou... como representante daquele velho povo de guerreiros e navegantes com aquele espirito aventureiro de que tu e todos os participantes da expedição "À conquista dos Picos do Mundo" são ainda embaixadores. Venho por este meio prestar-te uma homenagem postuma e sincera, pela coragem, pela capacidade de acreditar e pela tenacidade com que ousaste ir mais além.
Nunca esqueceremos que horas antes de teres partido, quem sabe para conquistares outra montanha, noutra dimensão qualquer, conquistas-te, juntamente com o João Garcia, o Rui Rosado e o sherpa Nuro, o Shisha Pangma ou Trono dos Deuses, no Tibete, situado a 8013 metros de altitude.
Que além do trono dos deuses em que agora te sentas possas olhar-nos e orgulhares-te pelas nossas conquistas.
Que o Helder, o João, a Ana, o Rui e todos aqueles portugueses e sherpas que participam nessa ardua missão que é inscrever o nome de Portugal na lista de paises que escalaram os maiores cumes do mundo, tenham alento neste momento dificil para completarem esse intento magnifico.
Que portugal saiba honrar-vos, hoje e sempre.
bem ajas.
domingo, outubro 29, 2006
Em torno de um banco de jardim...
... Estavam perdidos os dois sós no banco do jardim....
quarta-feira, outubro 25, 2006
O blog faz um anito
foi-se um ano de partilha de sentimentos, de sonhos, de esperanças e de descrenças, de sombra e de luz.
Um ano em que me dei a conhecer e vos fui conhecendo, um ano em que nos demos, nos despojamos a nós mesmos, nos enraizamos num espacinho ainda virtual como flores que desabrocharam e deram de si..
foi e é maravilhoso ter-vos presentes, sentir-vos letra a letra, foi maravilhoso saber que palavra a palavra os meus poemas, as minhas experiencias, os autores de quem gosto e mesmo muitas vezes os vossos textos foram encontrando eco em vocés.
estou-vos gratos por cada letra, cada silaba, cada linha que escreveram, cada pensamento de sentimento que aqui perpectuaram..
a vossa grandeza é infinita acreditem.
OBRIGADO POR FAZEREM PARTE DA MINHA VIDA.
Porque este blog não existia sem a madrinha deste espaço (que além de me ter criado, pelas visitas ao blog dela, o viciozinho de me contar, foi preponderante pelos conselhos muito avizados que me ia dando quando eu fazia asneira com a net), faz todo o sentido que seja dela o poema que agora vos deixo...
com um agradecimento especial para ela, doce e meiga Carla Lopes, pela alma, pela garra e pela essencia que foi dando à minha vida ao longo deste ano.
" Só gostava de viver aquele abraço
Ao longe um abraço..
tímido e vazio
a imensa vontade de trocar palavras..
no meio de frases sem sentido.
Mas tu partis-te!
E o teu abraço desfez-se como um laço..
que nunca mais se voltou a dar.
Tantas palavras ficaram por trocar!
Hoje voltei ao teu lugar..
escrevi "adoro-te" num laço..
embalei com um abraço..
e à tua campa fui colocar.
Desta vez o abraço não ia vazio..
ia carregado de
lágrimas..
tristeza..
e de muita saudade"
Carla Lopes
sábado, outubro 21, 2006
sonho...
Com o decorrer do tempo,
qualquer coisa me enfurece
e sei que ja nada aguento.
Penso so...
Nos pensamentos a solidao,
vejo-me a morrer lentamente,
sozinha, procuro a razao
e o sonho recordo tristemente.
Vida sem sentido...
Tento encontrar
o Mundo perdido
para nunca mais o abandonar...
Mónica Mendes
Amiga ...
escolhi este poema teu para te dizer que é muito bom conhecer-te e estar do teu lado, ainda que a distancia.
ACREDITA nos teus sonhos.
beijo meigo
a todos vocés amigos que vem ao meu blog quero dizer-vos que estou muito feliz por fazerem parte da minha vida.
a vocés dedico este blog, que hoje faz 100 posts e praticamente um ano, aproveitando desde já para vos agradecer pelo vosso incentivo e a vossa participação neste espaço que muito mais do que meu é vosso pois não fazia qualquer sentido sem o vosso brilho
bom fim de semana
quarta-feira, outubro 18, 2006
um sorriso
Frase que a Monica Mendes deixou no meu HI5
Porque é necessário acreditarmos sempre na esperança de um novo dia... de um novo passo.. quem sabe para superarmos mais um degrau que nos aproximara do nosso maior sonho.
domingo, outubro 15, 2006
o blog é vosso
va-la não tenham medo sei que há muitos talentos escondidos por ai .
bem ajam...
obrigado por partilharem este espaço comigo
terça-feira, outubro 10, 2006
mar e lua
Porque sei que gostas..
pela beleza da letra de chico buarque.
porque nenhum de nós teve ainda o nosso verão
na esperança de que o verão tal como o natal possa ser quando o homem quiser
acima de tudo porque onde quer que estejas...
deixo-te esta letra de chico buarque... para te inspirar antes de adormeceres.
beijo meigo
Mar e lua
Amaram o amor urgente
As bocas salgadas pela maresia
As costas lanhadas pela tempestade
Naquela cidade
Distante do mar
Amaram o amor serenado
Das noturnas praias
Levantavam as saias
E se enluaravam de felicidade
Naquela cidade
Que não tem luar
Amavam o amor proibido
Pois hoje é sabido
Todo mundo conta
Que uma andava tonta
Grávida de lua
E outra andava nua
Ávida de mar
E foram ficando marcadas
Ouvindo risadas, sentindo arrepios
Olhando pro rio tão cheio de lua
E que continua
Correndo pro mar
E foram correnteza abaixo
Rolando no leito
Engolindo água
Boiando com as algas
Arrastando folhas
Carregando flores
E a se desmanchar
E foram virando peixes
Virando conchas
Virando seixos
Virando areia
Prateada areia
Com lua cheia
e à beira-mar
domingo, outubro 08, 2006
Pablo Neruda
O teu Riso
Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.
Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.
A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.
Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.
À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.
Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
Pablo Neruda in Os Versos do Capitão
deixo-vos um poema de pablo neruda, que dedico a todos aqueles que sabem o valor do amor.
simplesmente porque a poesia as vezes não pertence a quem a escreve mas sobretudo a quem sente .
boa semana
quarta-feira, outubro 04, 2006
eu hoje sou
Um poeta errante
Sem porto de abrigo
Ferido e inconstante
A dar alento a sonhos
Difíceis de viver
A escrever para não chorar
A sonhar para não morrer
Eu hoje sou
Um barco a deriva
Embalado pelas correntes
Vou chorando a brisa
Com o mar por infinito
Vivo sem grilhetas ...
sem ter porto de abrigo
onde me levam os ventos
Eu hoje sou
uma nota solta
de uma sinfonia
que já se esqueceu
errando pelo espaço
infinito da musica
procurando o tom
que um dia alguém me deu
Eu hoje sou
uma beata de cigarro
largada ao acaso
no cinzento das ruas
no filtro trago escorias
e marcas de baton
quem sabe dos lábios
de alguem que já me amou
Eu hoje sou
O vento e a madrugada
Profeta do acaso
Bêbado sem farra
Escritor finito
De um tempo que não partiu
Vivo em busca de um grito
que ninguém ouviu
E sabem
As vezes não sei porque existo
Porque me correm os dias assim
Mas vou por diante e resisto
Porque onde quer que vá
Estão dentro de mim
e sei que o céu será de novo azul
porque estarão sempre aqui
Mas hoje não sei porque
custa-me a sentir
custa-me a ser
ou até a intuir
tenho qualquer coisa no peito
difícil de soltar
algo de eterno e profundo
que não soubesse dar
mas sabem
hoje sei quem sou...
beata de cigarros
com marca de baton
veleiro abandonado
ao sabor dos ventos
poeta louco
de um conto sem nexo
ou esquecida nota musical
ou mesmo o nada
...Eu hoje sou o nada
Eu hoje sou....
Nada
Uma pedra numa estrada
Nada
Uma corda de guitarra
Nada
Um canto da cigarra
Nada
Eu Hoje sou...
Eu
NADA
segunda-feira, outubro 02, 2006
porque há baladas que se tornaram eternas
That cold north wind they call “La Bise”
Is swirling ‘round about by knees
Trees are crying leaves into the river
I’m huddled in this French café
I never though I’d see the day
But winter’s here and summer’s really over
Even the birds have packed up and gone
They’re flying South with their song
And my love, she too has gone, she had to fly
Take care it’s such a lonely sky
They’ll trap your wings, my love, and hold your flight
They’ll build a cage and steal your only sky
Fly away, fly to me, fly when the wind is high
I’m sailing beside you in your lonely sky
The old cathedral lights are low
She and I we’d often go there
To admire and sometimes kneel in prayer
Lords and Ladies lie in stone
Hand in hand from long ago
And though their hands are cold they’ll love forever
Even the choir rehearses those songs
For Christmas is not long
And alone, I sing my song, she had to fly
Out there, it’s such a lonely sky
They’ll trap your wings, my love, and hold your flight
They’ll build a cage and steal your only sky
Fly away, fly to me, fly when the wind is high
I’m sailing beside you in your lonely sky
Fly away fly to me, and if you need my love
I’m sailing beside you in your lonely sky
I’ll come in with the dawn
I’m sailing beside you in your lonely sky
On the wings of the morn
I’m sailing beside you in your lonely sky
Above the world we’ll be flying
I’m sailing beside you in your lonely sky
CHRIS DE BURGH
Simplesmente porque este fim de semana foi muito especial para mim pois foi maravilhoso ter-te sentido doce e leve como um passaro.
porque é bom saber que esse teu imenso esforço em tentares conciliar essa tua maneira especial de seres com o curso está a ser recompensado sem que percas a tua imensa condição humana.
porque achei que quando falaste da minha ideia de ir morar para o pedrogão e do facto das implicações que ela pode ter ao nivel da proximidade das pessoas senti que havia no diálogo algo de ti, como se as vezes nos (amigos) sentisses distantes.
acordei a precisar imenso de dizer-te que onde quer que vás, o que quer que faças, aconteça o que acontecer poderás contar sempre comigo, pois estarei sempre disposto a acompanhar os teus rumos quer seja a navegar como senhor dos ventos, quer ao ritmo do caracol, devagar... mas sempre atrás de ti.
Aproveito este espacinho também para dizer à menina do olhar e à Mónica Mendes (que no hi5 ou no blog me tem perguntado se estou bem) que está tudo bem comigo, embora esteja numa fase absolutamente desinspirada, pelo que no blog só tenho colocado citações...mas as vezes sentesse mais do que se consegue por no papel.
agradeço a vossa preocupação e acima de tudo o facto de continuarem a dar cor a este espaço e à minha vida.
beijo grande e eterno como o mar
quarta-feira, setembro 27, 2006
uma flor... para ti
Hoje deixo-te apenas uma flor....
porque achei que as palavras não conseguiam expressar o que queria dizer, porque elas são demasiado pequenas para agradecer pela luz que dás aos dias.
acima de tudo porque há coisas que são demasiado belas para serem escritas.
beijo meigo.
Espero que gostes .
muita força linda
bejo
terça-feira, setembro 26, 2006
Outra vez para ti
No Rancho fundo
No rancho fundo
Bem pra lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade
Contam coisas da cidade...
No rancho fundo
De olhar triste e profundo
Um moreno conta as "mágoas"
Tendo os olhos rasos d'água
Pobre moreno
Que de noite no sereno
Espera a lua no terreiro
Tendo o cigarro por companheiro
Sem um aceno
Ele pega na viola
E a lua por esmola
Vem pro quintal desse moreno
No rancho fundo
Bem pra lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria
Nem de noite nem de dia
Os arvoredos
Já não contam mais segredos
E a última palmeira
Já morreu na cordilheira
Os passarinhos
Internaram-se nos ninhos
De tão triste esta tristeza
Enche de trevas a natureza
Tudo por que?
Só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno
Para uma casa de sapê
Se Deus soubesse
Da tristeza lá serra
Mandaria lá pra cima
Todo o amor que há na terra
Porque o moreno
Vive louco de saudade
Só por causa do veneno
Das mulheres da cidade
Ele que era
O cantor da primavera
Que até fez do rancho fundo
O céu maior que tem no mundo
Se uma flor desabrocha
E o sol queima
A montanha vai gelando
Lembra o cheiro da morena
"
Ari Barroso, versão cantada por Citãozinho e Chororo
Porque depois de falar contigo ficou a morar em mim uma saudade imensa, uma vontade infinita de te ver e de te abraçar.
Porque há muito de nós no moreno e todos nós já sentimos a tristeza de morar no rancho fundo rodeados pela saudade.
é muito bom saber que és lua companheira.
força linda, está quase, torço por ti.
beijo meigo e terno
domingo, setembro 24, 2006
Para ti...
Al berto in «Trabalhos do Olhar», 1976/82: Filmagens, 1980/81
quarta-feira, setembro 20, 2006
a vida....
Quando o mundo parece ter acabado,
Quando o céu escurece,
Quando o nó na garganta nao se desfaz,
Quando as lágrimas nao param de cair...
Pensa que estás vivo,
E a vida, não é um ponto final,
Mas sim, reticências."
Monica Mendes
Porque achei que de repente este comentário da Mónica Mendes ao meu post "cansaço" merecia honras de primeira página :)
Porque pensei que este texto vos pudesse ajudar a tornar o dia mais positivo.
Porque tenho imensas saudades vossas.
acima de tudo porque GOSTEI e como GOSTO MUITO DE VOCÉS achei que era bom partilha-lo convosco.
afinal os blogs só tem sentido porque nos damos.
bom dia
domingo, setembro 10, 2006
o Bushido.. ou a via do guerreiro
Os seus preceitos são:
GI - Justiça e Moralidade Atitude directa, razão correcta, decidir sem hesitar;
YU - Coragem, Bravura heróica;
JIN - Compaixão Benevolência, simpatia, amor incondicional para com a humanidade;
REI - Polidez e Cortesia, Amabilidade;
MAKOTO - Sinceridade Veracidade total, nunca mentir;
MEIYO - Honra Glória;
CHUGO - Dever e Lealdade Devoção, Lealdade
Eu não tenho pais, faço do céu e da terra meus pais.
Eu não tenho visão, faço da luz do trovão a minha visão.
Eu não tenho leis, faço da auto-defesa minha lei.
Eu não tenho talentos, faço da minha imaginação meus talentos.
quinta-feira, setembro 07, 2006
Adeus férias....
Pois é as férias são agora uma miragem... Agosto parece ter definitivamente terminado...
Recomeça a rotina... o cumprimento de horários... a prisão do relógio.
Os amigos começam a ter de ir para Universidade.... deixa-se de repente de ter companhia para beber café e quando damos conta já nem as pessoas que nos serviam esse café ou aquele chá são as mesmas...
Chiça... até dói... parece que há qualquer coisa que remói cá dentro... bem nas entranhas da alma e do ser.
Quero areia debaixo dos pés... quero de volta os dias de férias em que não tive planos e que não soube aproveitar... quero os dias em que não fiquei na praia porque o tempo esteve nublado... porque estava frio.
No final das férias percebi que a praia mão estava assim tão agreste e que o calor humano das pessoas compensava tudo.
Pena é que estas férias a gosto ou a contra gosto... ainda não sei... tenha dado uma de solitário...
Acreditem passei muito tempo sozinho, com excepção das idas à praia com a minha grande mãe, o meu irmão e a Ana pequenina, do grande dia que passei com os meus bons amigos Bruno e Ines e em que corremos quase as praias todas do distrito, do especial passeio nocturno na mata de São Pedro, com o privilegio da companhia sempre especial da Diana, do Énio, da Ines e do Bruno, das saídas para tomar café com a Marilia, o Filipe e a Diana Rolo sem esquecer a grande honra e o grande desafio que foi para mim, (eu que sou um inculto no volei, pelo menos pensava que era) ajudar a minha grande amiga Marilia, a Vanessa, a Susana e o Ramalho a organizar o 2.º torneio de voleibol do Académico.
É verdade que os dias do torneio foram muito ocupados, sempre de um lado para o outro, a deitar-me às tantas da madrugada e a levantar-me antes do nascer do sol... mas no entanto foram momentos espectaculares, cheios de companheirismo e de espirito de equipa, de amizade e de capacidade de cooperação, patentes não só entre os organizadores, mas também entre os vários jogadores e entre jogadores e organização.
Adorei... posso dizer que foi um torneio genial e super disputado, com jogos super renhidos, sem nunca faltar um tempinho para o convívio e para a boa disposição.
Fiquei fã do volei de praia e acreditem se a organização me aceitar como colaborador para o ano (please... aceitem) lá estarei outra vez disposto a estar com vocês.
Antes de terminar quero agradecer não só as pessoas que estiveram comigo na organização, à Rita que acampou connosco e alegrou os dias com a sua simpatia, ao Filipe que me honrou com a possibilidade de ver o logo da grande revista dele nas T- Shirts, mas também ao Guto, ao TP, à Rita Carmim, à Beta Simões, à Fininha, ao Bruno e todos os outros jogadores, público e árbitros por me terem mostrado a magia do volei mas sobretudo por, com a sua presença terem alegrado os meus últimos dias de férias.
Aproveito ainda a oportunidade de agradecer ao meu amigo Bruno pelo companheiro que tem sido e para deixar um beijo cheio de carinho, amizade e solidariedade para a Diana e a Ines.
Que na vida possam haver sempre momentos mágicos como o que surge retractado na imagem em que o Gutto (que aliás forneceu amavelmente a “plingrafia” parece voar ..
Possa eu disputar todas as coisa como vocês disputavam as bolas.Bem ajam a todos.
quarta-feira, setembro 06, 2006
cansaço....
Cansado da traição do meu corpo que já não aguenta o cansaço, das minhas pernas que arquejam as vezes em esforço... da minha cabeça que lateja se não durmo....
Cansado de construir sonhos no deserto e de os ver perder no vento e nas areias, de ver formar sonhos vãos sem alicerces.
Cansado de amar sem ser amado, de querer quem não me quer, de ser ave e não voar.
Cansado de sentir que sou para os outros porto de abrigo, sabendo que não consigo abrigar-me a mim próprio...
Cansado de ficar e ver partir...
Hoje estou simplesmente farto de tudo.... da hipocrisia de quem julga sem ser julgado, da blasfémia, da frigidez deste estado paralisado que é Portugal.... da Frigidez da cultura que não nos ensina a sentir e que nos torna cada vez mais escravos das vontades in... modas in... sonhos out.
Estou cansado... de vestir a mascara ridícula que envergo dia a dia, como se ainda continuasse a acreditar.
quinta-feira, agosto 31, 2006
para um pedro.. muito mais poeta do que eu
Uma homenagem merecida ao poeta, ao cantor e ao homem pela essencia e magia que deposita no que canta.
possam sempre as cegonhas voar sobre as planicies ...
aqui fica a minha musica favorita de Pedro Barroso:
Bonita
Primeiro foram as mãos que me disseram
que ali havia gente de verdadede
pois fugi-te pelo corpo acima
medi-te na boca a intensidade
senti que ali dentro havia um tigre
naquele repouso havia movimento
olhei-te e no sol havia pedras
parámos ambos como se parasse o tempo
parámos ambos como se parasse o tempo
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
atrevi-me a mergulhar nos teus cabelos
respirando o espanto que me deras
ali havia força havia fogo
havia a memória que aprender
assenti no corpo todo um arrepio
senti nas veias um fogo esquecido
percebemos num minuto a vida toda
sem nada te dizer ficaste ali comigo
sem nada te dizer ficaste ali comigo
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
falavas de projectos e futuro
de coisas banais frivolidades
mas quando me sorriste parou tudo
problemas do mundo enormidades
senti que um rio parava e o nevoeiro
vestia nos teus dedos capa e espada
queria tanto que um olhar bastasse
e não fosse no fundo preciso
queria tanto que um olhar bastasse
e não fosse preciso dizer nada
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
é tão dificil encontrar pessoas assim pessoas
(música e letra de Pedro Barroso in álbum "Roupas de Pátria, Roupas de Mulher ",1987)
quinta-feira, agosto 24, 2006
lealdade
serei leal contigo
Quando eu cansar dos teus beijos
te digo
E tu também liberdade terás
P'ra quando quiseres,
bater a porta
sem olhar para trás
Serei
serei leal contigo
Quando eu cansar dos teus beijos
te digo
E tu também liberdade terás
Pra quando quiseres,
bater a portas
em olhar para trás
Se o teu corpo cansar dos meus braços
Se o teu ouvido cansar da minha voz
Quando os teus olhos cansarem dos meus olhos
Não é preciso haver falsidade entre nós
Serei
serei leal contigo
Quando eu cansar dos teus beijos
te digo
E tu também liberdade terás
Pra quando quiseres,
bater a porta
sem olhar para trás
caetano veloso
uma musica linda... porque o amor deve ser livre
terça-feira, agosto 15, 2006
falar da morte... para recriar a vida
Pois breve é toda a vida
o instante é um arremedo
De uma coisa perdida.
O amor foi comecado
O ideal nao acabou,
E quem tenha alcancado
Nao sabe o que alcancou.
E tudo isto a morte
Risca por nao estar certo
No caderno da sorte
Que Deus deixou aberto"
(Fernando Pessoa)
porque as vezes a nostalgia leva-nos a pensar no fim...
e tomamos consciencia da nossa essencia, do nosso intimo, do quanto somos efemeros e escassos...
porque a proximidade do fim, sabermos encarar a nossa finitude, é as vezes a unica coisa de que precisamos para ousar acordar e continuar vivos
quarta-feira, agosto 09, 2006
o amor, outra vez o amor. finalmente o amor
Uma confusão de bocas, uma batalha de veias, um rebuliço de ancas, quem diz outra coisa é besta"
Ronaldo Vainfas,in Revista Nossa História, nº 1
Triste sina de uns, pela ausencia, pela fragilidade, pelo ser qualquer que se perde, sempre a perder, sempre a partir.. sempre a derivar.
Conforto terno de alma de quem ama e é amado, confirmação da essencia pela essencia, do sopro pelo sopro, do beijo pelo beijo, da vida pela vida, da alma pela alma.
Pesadelo de quem é amado sem o querer, grilheta que doi funda na alma, dor de ver alguem sofrer sem podermos conter esse derrame, essa tristeza...sentirmos-nos responsaveis pela dor de alguem que nos moi por dentro.
Esperança ainda que emberbe daqueles que amam sem serem correspondidos, uma busca de todas as portas interiores que nos aproximem ao bem querer, saber ser aconchego, ombro, braço, poiso, firmamento da pessoa amada, saber dar-lhe alento, saber estar lá e reconforta-la, e ver tentativa após tentativa frustrados os sonhos, nesse desconforto de ver o outrem caminhar sozinho, tal como nós, sem lhe podermos ensinar os caminhos .
Para todos uma doce alucinação, um querer melhor que um bem querer, um alento qualquer de vida que mesmo a querer escapar-se trás sempre alguma cor, algum sonhar..
quem sabe a ultima esperança de realização da nossa alma
segunda-feira, agosto 07, 2006
Contra os Incendios ... Estamos convosco
quarta-feira, agosto 02, 2006
Vida
...
a rocha sólida
é só areia e água
areia e água ..
e milénios de história
...."
in Serviço de Urgências
Porque as vezes a presença da morte faz-nos celebrar a vida... lutar pelos sonhos... querer... ousar sonhar.
Porque somos finitos e o relogio não para de tictar...
porque a vida é pequena demais para ficarmos parados e não lutarmos pelos nossos sonhos.
ousem sonhar sempre... ousem acreditar...
domingo, julho 30, 2006
a espera...
"O prazer que tu esperas varia na razão inversa do tempo de o esperares. E da inquietação também. Porque quanto mais esperas e te inquietas, menos prazer ele é. Espera-o no infinito para te não inquietares. E que ele seja depois o prazer que for. Mas o contrário também é verdadeiro. "
Vergílio Ferreira, in 'Pensar'
"A definição de belo é fácil: é aquilo que desespera "
Paul Valery
"A verdadeira esperança é uma qualidade, uma determinação heróica da alma. E a mais elevada forma de esperança é o desespero superado "
Georges Bernanos
três citações de grandes três grandes autores, quem sabe para acalentar a esperança daqueles, quem sabe eu, quem sabe um de vocés, que se mantém fieis aos sonhos.
quarta-feira, julho 26, 2006
Pela paz
Pela paz...
Contra a tirania do mais forte....
Contra o ódio....
Contra o medo....
Contra a morte.
Porque o homem não pode continuar a ser lobo do homem..
Porque nós humanos temos de deixar de ser bestas...
Pede-se silencio...
Pede-se calma...
Pede-se compreensão...
Pede-se respeito pelo outrem...
Pede-se igualdade...
Pede-se esperança..
Que os homens, uns e outros, percebam no outrem um irmão, um companheiro, um seu igual e entendam de uma vez por todas que a terra é um lugar de encontro de diferenças que não deve ser temido mas que nos enriquece e que as fronteiras não existem.
Não à guerra.... viva o sonho viva a
sábado, julho 22, 2006
diz-me...
Diz-me
Diz-me
Que angústia é maior...
do que saber-te aqui
sem te ver ?
Que sofrimento é mais forte...
do que o de quem ama
sem poder, ou, sem querer?
Que linhas são mais rasgadas...
do que estas trovas aflitas
que por certo ninguém vai ler?
Que flor é mais bela...
do que a flor perfumada
com as lágrimas de alguém ...
só por sofrer?
Diz-me...
Que loucura é essa
que me afasta do que sou
e me prende nesta melancolia
por traz da qual me escondo ?
Diz-me ...
Quem sou eu ?
Quem és tu ?
Que sopro é esse que...
emanas dos teus lábios?
Diz-me...
Se continuas a deixar
morrer este poeta?
se te refugias num mundo...
que ninguém sabe qual é,
e onde és rainha...
pois nele só guardas lugar para ti?
Diz-me ...
Que segredos são esses ...
que escondes em teus seios,
e que até agora deixas ao acaso
sem que alguém
alguma vez os encontre?
Diz-me...
Que morte é mais triste,
do que alguém
que morre sem morrer
e que é condenado
a errar por esta vida
sem sentido até que os seus dias
espirem ?
Diz-me todas estas coisas,
perguntas de amor sem respostas
perdidas no olhar
deste alguém que sou eu
deste alguém...
que não se atreve a dizer-te...
ama-me...
pois tua resposta só iria
enterrar ainda mais o moribundo que
eu sou
condenando-me inexoravelmente ao
degredo
onde permaneço até ao fim das idades.
Diz-me...
que não ou que sim,
mas não me digas que estou louco
pois se o estou é de amores por ti...
e quanto a isso... só a flor do tempo
apagara os traços que deixei ...
marcados na areia desta vida
só a flor do tempo.....
sexta-feira, julho 21, 2006
Bom fim de semana
Eu amava como amava algum cantor
De qualquer clichê, de cabaré, de lua e flor.
Eu sonhava como a feia na vitrine,
Como carta que se assine em vão.
Eu amava como amava um sonhador,
Sem saber porque, e amava ter no coração
A certeza ventilada de poesia
De que o dia não amanhece não.
Eu amava como amava um pescador
Que se encanta mais com a rede que com o mar.
Eu amava como jamais poderia
Se soubesse como te encontrar
Eu amava como amava algum cantor
De qualquer clichê, de cabaré, de lua e flor.
Eu sonhava como a feia na vitrine,
Como carta que se assina em vão.
Eu amava como amava um pescador
Que se encanta mais com a rede que com o mar.
Eu amava como jamais poderia
Se soubesse como te contar.
Eu amava como amava um pescador
Que se encanta mais com a rede que com o mar.
Eu amava como jamais poderia
Se soubesse como te contar
Oswaldo Montenegro
Bom fim de semana amigos, deixo-vos com esta magnifica letra de O. Montenegro, para que não esqueçamos o quanto é bom termos alguém no coração.
acreditem nos sonhos porque como disse um rapaz misterioso que conheci ontem "a vida pode não ser um sonho, mas o sonho é definiotivamente a vida".
parabens ao meu amigo Diogo pelo aniversário e votos de boa sorte à Carla e à Rita bem como a todos vós que se encontram em frequências e exames.
A vela está acesa.
segunda-feira, julho 17, 2006
tempo que passa nos passos de dança
Não eu já não guardo religiosamente as cartas que escrevo, já não guardo pétalas de flor, pedrinhas, ou mesmo aquele rabisco teu que encontro naquele livro que me pediste emprestado...
Já não faço colecção de citações que me tocaram... nem de vestígios de situações que me fizeram viver...que me fizeram sonhar...
Com o passar dos anos aprendi que o verdadeiro baú de recordações não é material, descobri que ele está dentro de nós... na lembrança das pessoas, eventos, lugares ou momentos que residiram na minha alma e que a moldaram tornando-a diferente...tornando-a melhor... as vezes sofrida... mas melhor.
Descobri que não é por termos a musica X.P.T.O ou as fotografias do baile Z que esse baile vai ser lembrado, que não foi por ter aquele fio de cabelo que ficou no meu ombro depois de dançarmos.
Não, não ficou. Foi pena...
Não foi por isso que nunca mais me irei esquecer daquela noite em que vieste ter comigo e me convidas-te para dançar, o que ficou em mim foi o teu olhar quando o fizeste... foi o bater mais forte do meu coração... foi aquela sensação de por segundos voar a teu lado... acredita...senti-me a voar... voei mesmo.
O que ficou foi a magia desse momento... foi o facto de teres dançado comigo, de me teres honrado com isso, e também o saber que nunca mais dançamos..
Falar da ultima vez que dançamos, fez-me perceber que nos dias que correm as pessoas chamam “dançar” a estar frente a frente na multidão, sem sequer se tocarem... sem saberem o quanto é magico dançar o “waiting for you” com a pessoa amada poisada no ombro, o quanto pode ser sensual e sedutor dançar um tango a dois, sobretudo naqueles momentos em que os lábios roubam a rosa dos lábios do ente querido...
Hoje quando me dizem que depois do jantar é para se ir dançar vai-se sempre para uma sala escura cheia de pessoas aos saltos para cima e para baixo...
O que é engraçado e trágico é que essas salas estão cheias de raparigas a dançar ao lado das cadeiras onde os namorados estão sentados, simplesmente porque eles já não dançam... Sim eu sei que nós homens portugueses sempre fomos um bocado rabo pesado... mas no meu tempo mal ou bem todos dançavam, não dançar era ficar sozinho.. Era ver a festa da cadeira... e ninguém queria ver a festa da cadeira ..acredita.. .
Talvez por isso organizar um baile de anos era algo elaborado a preceito, algo que implicava muita reflexão, as vezes filosofia, com certeza muita psicologia... Fazíamos uma lista de “elas” e outra de “eles“, em igual número, que era para não colocar ninguém na cadeira previamente, apresentávamos as pessoas umas as outras, sem insistirmos em quem ficava com quem, mas sempre tendo em conta personalidades compatíveis, colocávamos lâmpadas pintadas de vermelho e azul no lugar das lâmpadas normais e depois era soltar a música..
Primeiro colocava-se um rap ou breack dance para aquecer, depois uma lambada, o “tengo um coraçon” do Juan Luis Guerra ou mesmo a banda sonora do “Dirty dance”.
Aos poucos ia colocando um slow para facilitar o convívio. ... uma hora depois era slow atrás de slow, era ombros nos ombros... era ver que o plano resultou...
É ver que ainda hoje resulta... sim... porque alguns dos pares ainda hoje dançam juntos, talvez não em bailes, mas na vida, alguns namoraram, casaram, tiveram filhos... e tudo porque um dia alguém, muitas vezes eu, se lembrou de chamar z para dançar com y, por achar que havia um clima entre eles... e não é que havia mesmo!
Perguntas-me porque raio é que o dançar me fez sentir velho... porque é que a conversa da velhice levou a ti e tu levaste ao modo como se dança actualmente...
Sim eu sei que tu não danças, que tu e eu nem sequer vamos a discotecas... que tu e eu só dançámos uns segundos uma vez...
Mas sabes, este fim de semana fui a uma discoteca ver um concerto da banda de um velho e grande amigo e depois do concerto ficamos lá a dar um pé de dança.
Sim passou-se o que se passa sempre, eram 2 rapazes e umas 8 raparigas na pista a dançar e outras tantas a abanar a cabeça junto dos namorados que estavam nas cadeiras hirtos como estátuas... E isso fez-me ter saudades dos tempos antigos, fez-me ir buscar o pessoal as mesas como antigamente, fez-me leva-los para a pista até que todos dançassem e fez o disco jockey colocar musicas brasileiras atrás de brasileiras. Atéao fim da noite..
Sim foi giro... admito-o ... foi pena sentir que não estavas comigo... sentir que mesmo que não queiras havia um pedaço de mim que me faltava...
Se os sonhos são o que nos move no “eterno camino de la felicita”, quem sabe talvez me seja permitido sonhar que estou a dançar contigo uma vez.. quem sabe com a tua cabeça no meu ombro.
sexta-feira, julho 14, 2006
O que é afinal para vocés o amor???
são vocés que estão na berlinda hoje... quero escutar-vos... quero saber o que vos move... quero perceber a vossa essencia... a vossa busca...
A pergunta não é inocente... procura-se a melhor definição de amor... procura-se um conceito perfeito capaz de sintetizar a amalgama de sentimentos que traduz a busca da felicidade.
desafio-vos a expressarem a vossa criatividade, a sorverem a vossa poesia... inquietem-se.
desta vez são vocés os poetas, os sonhadores, os loucos...
eu fico à escuta... quem sabe em busca do meu rumo.
terça-feira, julho 11, 2006
O TIGRE E A NEVE
O Tigre e a neve
Pois é a minha amiga Maria tem destas coisas... não fosse ela minha amiga...
Escolhe um filme, lê a sinopse, escolhe-me como companhia e pronto... lá vou eu, sem saber muito bem o que vou ver, com ela para a sala de cinema...
Ela sabe porque me convidou... os filmes que ela escolhe tem sempre muito a ver comigo, com o que me vai na alma, com uma situação qualquer que esteja a atravessar...
Pessoalmente acho que ela faz de propósito... ela sabe tão bem como eu que a minha cabeça precisa ser agitada, que preciso abrir a minha mente... mas garanto-vos chega a ser armadilha... uma armadilha deliciosa...mas chego a sentir-me armadilhado.
Desta vez a escolha dela e por sinal a minha devoção pós filme... não esteja eu a postar sobre ele no meu blog, recaiu sobre o filme de Roberto Benigni “ O tigre e a neve” .
É um filme genial, quase um poema, passa uma mensagem sobre algo que é puro e verdadeiro -um grande amor, que existe num cenário “real” de ódio e de guerra.
Benigni recria um ambiente, um sentimento e representa-o para uma câmara, que capta uma nova história.
A ideia chave do filme é o amor.
O amor entre um homem e uma mulher, entre os pais e os filhos, entre o homem e Deus, entre homens de culturas e origens diferentes, personagens que se cruzam naquilo a que Benigni chama “L´Eterno Cammino per la Felicità”.
É um filme imperdível... vejam... sonhem... se for preciso chorem... chorem e depois amem ... amem melhor... depois de verem o filme vão amar melhor.
Depois confesso-vos que a banda sonora é brutal e que o “ You can never hold back spring" de Tom Waits me fez ficar em pé, no final do filme até que a musica acabasse... fiquei até há ultima letra do coopyrigth ou melhor fiquei até apagarem as luzes...
Obrigado a vocés por me permitirem partilhar isto convosco.
Despeço-me com a letra da musica de Tom Waits, que se me for permitido dedico à Maria, e à Carla... elas sabem porque
quarta-feira, julho 05, 2006
Estou com vocês selecção
Mesmo perdendo com a França souberam bater-se com honra e dedicação, honraram as nossas cores, souberam unir-nos e mais que isso souberam fazer-nos sonhar.
é pena que o sonho não se tenha concretizado... mas nos tempos que correm sonhar por sí só já é bom.
Agora falta cumprir-se Portugal, era bom que essa causa nos unisse também.
Obrigado Scolari, Quim, Paulo Santos, Paulo Ferreira, Caneira, Ricardo Costa, Fernando Meira, Miguel, Nuno Valente, Ricardo Carvalho, Costinha, Petit, Hugo Viana, Maniche, Tiago , Deco, Figo, Pauleta, Simão Sabrosa, Boa Morte, Cristiano Ronaldo, Nuno Gomes, Hélder Postiga e em especial RICARDO..
terça-feira, julho 04, 2006
Por um Pôr do sol qualquer...
Saint-Exupéry in o Principezinho
Porque as vezes todos precisamos de um pôr do sol nas nossas vidas, quem sabe uma despedida das tristezas e a promessa do regresso da luz...
porque em cada pôr do sol há qualquer coisa de nostalgico de melancólico, como se o céu se comovesse com quem sente e se enternecesse com um laranja quente como que a querer-nos brindar com o milagre quente e terno da vida que se teima em escapar.
As vezes, quando alguém se cruzava comigo e me dizia que a viad não valia a pena eu dizia-lhe que o sol de punha todas as noites especialmente para essa pessoa e que essa pessoa devia saudar o sol com um sorriso sempre que ele se puzesse, agora sou eu quem não vejo o sol pôr-se...
amanhã prometo não vou perde-lo... e quem sabe sorrir.....
terça-feira, junho 27, 2006
O amor é um lugar estranho
Com efeito chovia lá fora... não.. não se tratava daquela chuva miudinha de verão que até sabe bem... de facto era verão... mas a chuva caia em torrentes de um céu cinzento tão cinzento que ameaçava tornar noite o dia...
- Mais um dia de férias arruinado – Esta ideia assaltou-lhe o pensamento, com efeito tinha passado um ano inteiro à espera daquela réstia de liberdade anual que nos reservam a nós adultos - nestas alturas pensasse em mar, pensasse em areia, viagens, pensasse naquela bebida que finalmente pode ser bebida sem tempo, deitado na esplanada... Nestas alturas pensasse em fazer aquilo que não se pode fazer durante o resto do ano... não se pensa é que vai chover precisamente nesses dias...quase que por mau Karma, quase que por praga..
Talvez esse pensamento tenha deixado nele um olhar apreensivo... talvez tenha tornado o castanho do olhar dele mais cinzento, ninguém poderá sabe-lo... nem mesmo ele, nem mesmo ela... a verdade é que o olhar dela crispou-se quando o viu sentar-se perto de si....
A verdade é que ela apressadamente procurou refugiar o seu olhar debaixo do livro que passou a fingir.. e fingia ler ... sim ... fingia... a menos que possuísse um estranho dom de ler os livros ao contrário.
Ele reparou nisso... mas não percebeu que assustará... não pensou poder assustar assim alguém... encarou a atitude dela como um receio típico de quem vive numa cidade grande, povoada de mitos urbanos... por perigos imaginários ou não que impedem as pessoas de comunicar... sim ... o que ele achou que se passava é que ela era mais uma daquelas pessoas da cidade que tem a mania da perseguição... talvez idêntica aquela que no outro dia fugira para o outro lado da rua quando ele lhe perguntou as horas... sabe deus o embaraço que ele passou... e ainda por cima teve de explicar ao policia que estava próximo o que se passou ... e convence-lo que ele não era nenhum assaltante....
- Não desta vez nem sequer vou arriscar falar... – pensou ele .... talvez por isso não tenha reparado nos cabelos louro cristalino dela, naqueles cabelos cujos caracóis tombavam sobre o rosto dela como raios de sol.. .no seu olhar verde cor do mar, naquele sorriso terno capaz de lembrar o calor terno da areia quando nos deitamos nela... naquele corpo hirto e doce delineado debaixo daquele vestido laranja alegre...
Metidos dentro das suas carapaças...ele por a achar anti-social... ela por temer aquele estranho olhar que ele trazia... fizeram calados as dez estações que restavam até que ela chegasse ao destino dela.. Então ela arrumou as coisas e levantou-se, já se dirigia à porta quando ele a chamou e se dirigiu a ela...ela pensou que ele a ia magoar... pensou em fugir... mas o medo foi tanto que ela não conseguiu sequer dar um passo... ele aproximou-se dela e para espanto dela entregou-lhe o livro que ela tinha deixado esquecido no banco... – “O amor é um lugar estranho” – Bom livro... disse-lhe ele... disse-o de uma forma doce, melancólica... pura... tão pura que ela reparou se súbito na pureza do olhar dele agora não enevoado pela chuva, mas encantado pela beleza dela... sim... ele tinha ficado deliciado pela beleza terna dela... ela era o verão personificado, o verão que os dias de chuva queriam aprisionar sem conseguir... o verão que ele tinha esperado não todo o ano mas toda uma vida... o seu verão.
Talvez por isso, quando os dedos dos dois se tocaram quando ele lhe deu o livro, naqueles breves segundos sentiram a união da alma...a união dos corpos... sentiram qualquer coisa de especial quente e radioso como uma torrente de lava que vem do ventre da terra mãe... e ficaram segundos a olhar-se...segundos que pareciam ser sem fim... mas que terminaram quando a campainha anunciou proximidade do fecho da porta e ela teve de sair...
Ela saiu...ficou a ver o metro partir... ele não teve tempo para esboçar qualquer reacção vidrado que estava no encanto dela....
Desde aí ele anda de metro todos os dias e faz vezes e vezes aquele percurso na esperança de a encontrar... e embora não tenha tido sucesso ...embora nunca mais a tenha visto... alimenta uma secreta esperança de que o verão ... aquela personificação do verão da sua vida volte a sorrir-lhe... se isso acontecer ele sabe que não a deixará fugir, sabe que irá contar-lhe o seu amor eterno... sabe que ela o irá amar...
Perguntam-se vocês se isso acontecerá algum dia... querem saber... nem eu sei...
Porque não... afinal o AMOR É UM LUGAR ESTRANHO... não é ...
domingo, junho 25, 2006
Portugal ...
Obrigado Scolari, obrigado Ricardo... obrigado Figo... Obrigado Selecção... Força Portugal
P - Poesia
O- Optimismo
R- Respeito
T- Trabalho
U- União
G - Garra
A- Amor
L- Liberdade
O sonho é nosso...
sexta-feira, junho 23, 2006
quinta-feira, junho 22, 2006
Hercule Savinien Cyrano de Bergerac(1619-1655)
Soldado francês, satírico, e dramaturgo, cuja vida foi a base de muitas lendas românticas mais ou menos exageradas, sendo a mais conhecida delas a peça de Edmond Rostand, Cyrano de Bergerac escrita em 1897.
A maior obra de Bergerac foram dois contos sobre viagens fantásticas publicados após a sua morte : Historie Comique Des États Et Empires De La Lune, (1657) e L'historie Comique Des États Et Empires Du Soleil (1962)
Em 1676 surge uma compilação de trabalhos de Cyrano que incluem o "poem of Mazarin” (1602-61), uma crítica severa ao cardeal Manzarin.
Segundo Arthur C. Clarke, Cyrano deve ser tido como a primeira pessoa a falar de viagens de foguetão no espaço e o inventor dos foguetes.
O Verdadeiro Cyrano de Bergerac tinha em vida, muito pouco em comum com o herói da peça de Rostand. Ele nasceu Paris, e foi educado por um padre na cidade de Bergerac. Mais tarde foi estudar para o colégio de Beauvais.
Depois de se tornar famoso como boémio e lutador de duelos, alistou-se aos 20 anos no exercito. Contudo era individualista e tinha problemas em ajustar-se a disciplina- opunha-se as guerras e à pena de morte.
O seu espírito humanitário foi reconhecido pelos seus contemporâneos e pelas gerações seguintes. Os retratos dele elaborados por Doyen, feitos depois de Heince, mostram um homem especialmente sorridente, com um pequeno bigode e um avantajado nariz.
Cyrano foi ferido gravemente duas vezes, uma durante uma luta com a Guarda Gasconha (fiel a Mazarin e Richelieu e rival dos nossos conhecidos mosqueteiros do Rei), e outra durante a Batalha de Arras em 1640.
Nesta última foi ferido no pescoço com uma espada, nunca tendo recuperado completamente.
No ano seguinte desiste da carreira militar e vai estudar com o matemático e filósofo Pierre Gassendi.
Influenciado pelas teorias e Gassendi e pela filosofia libertina, escreve histórias de viagens imaginárias à lua e ao sol e satiriza a visão da humanidade e da terra como o centro da criação. Opôs-se também à ideia de Descartes de que os animais são criaturas sem alma.
Na sua viagem imaginária à lua Cyrano embarca num aparato mecânico, potenciado por foguetes que classifica como um pássaro por ter sido concebido com duas pernas.
Na sua Segunda viagem é julgado por um tribunal de aves pelos crimes da humanidade. Cyrano defende-se dizendo que não é um ser humano mas um macaco.
Em 1654, Cyrano de Bergerac publica as peças “LA MORT D'AGRIPPINE“ obra que foi acusada de blasfemia, e LE PÉDANT JOUÉ”, na qual Moliere se inspirou, ou plagiou para escrever parte da sua peça “The Cheats of Chapin”, (salvo erro o segundo acto da mesma).
Cyrano de Bergerac morreu em Paris a 28/07/1655, na sequência de ferimentos provocados pela queda de um barrote de uma obra sobre a sua cabeça .
A peça de Rostand “Cyrano de Bergerac” descreve as aventuras de um homem notável do século XVII, famoso pelo seu grande nariz e pelas suas qualidades de espadachim.
Nela Cyrano ama apaixonadamente a bela Roxane, mas apesar disso aceita ajudar Christian, a conquista-la.
Apesar de alguns historiadores considerarem exagerada a faceta heróica que Rostand confere a Cyrano, ele é reconhecido como um grande escritor de romances filosóficos e um amante apaixonado.
Registo Das Obras Principais
La Mort D'agrippine, 1654 - The Death Of Agrippine
Le Pédant Joué, 1654 - The Pedant Imitated
Historie Comique Des États Et Empires De La Lune, 1657 - Selenarchia: The Government Of The World In The Moon / The Comical History Of The States And Empires Of The Moon
L'historie Comique Des États Et Empires Du Soleil, 1662 - Other Worlds: The Comical History Of The States And Empires Of The Sun - (Both Books, Moon And Sun, Trans. By Geoffrey Strachan, 1965)
Œuvres Comiques, Galantes Et Littéraires, 1858
Les Œuvres Libertines, 1921
Lettres D'amour Et Lettres Satiriques, 1932
Œuvres, 1957
Voyage Dans La Lune, 1977
Œuvres Complètes, 1978
Nota :
Esta biografia de Cyrano é resultado de uma pesquisa que fiz, talvez porque há nele algo com que me identifico.
Optei por coloca-la aqui para partilhar com vocês a minha admiração pelo homem notável que foi Cyrano, sobretudo no que respeita à dimensão humana independentemente do enredo fabulástico de Rostand... não que esteja contra Rostand, não que esteja contra a fábula, depois e se é verdade que Cyrano foi um espadachim notável, um filósofo e percursor das viagens espaciais es e é sabido que ele escreveu as cartas de amor que escreveu e é capaz de falar do amor e da vida da forma intensa em que o faz na peça a Morte de Agripina, não faz mal nenhum, nesta era em que os heróis são criados e consumidos em segundos na televisão, não nos faz mal nenhum sonhar que um dia Cyrano amou Roxane, com o mesmo brilho, a mesma essência e a mesma honra que emana do enredo construído por Rostand.
Pela poesia...Pelo amor... além da vida.... bem ajam
segunda-feira, junho 19, 2006
Apenas eu...
domingo, junho 18, 2006
AS CARAVANAS DO ESQUECIMENTO
abraço lorenzo
Por favor
Apaguem as luzes.
Desçam as cortinas.
Arrumemos os adereços.
Cenários.
Deixemos o soalho de madeira,
Respirar e acumular o pó,
Sob o efeito de luz dançámos.
Arrumemos pois.
Bagagens.
Rumemos para outra aldeia.
Aqui, aqui já nada existe.
Sobejamente conhecidos.
Sobejamente rejeitados.
Partiremos pois, porque se faz tarde.
Partiremos pois, livres.
Partiremos pois, deixando para trás
O palco, onde tantas vezes se declamou
E actuou.
Partiremos pois
Nas nossas velhas caravanas do esquecimento.
Partiremos pois, e cantemos
Sobre as notas flutuantes
Das gaitas-de-beiços.
As brumas recolhem agora,
Odores e fragmentos de amor,
Que durante muito tempo
Arrepiaram a nossa pele.
Os nossos diálogos
Ecoaram docilmente nas longas madrugadas de Inverno.
Contigo vimos chegar
O senhor do frio
E foi também contigo, que vi o sol morno adormecer
Nas ondas de diamante de um mar,
Que nunca foi nosso.
Arrumemos pois
E rumemos para outra aldeia.
Aqui, aqui a Terra já nada quer receber.
Santa afirmação.
Aqui, aqui a Terra ilude-nos,
Mas nós, nós não estamos secos.
Nós não somos o chão que acolhe a lama suja.
Nós somos a arte.
A arte incompreendida.
A arte de perder o que se ama receber.
Nós somos a arte, onde a paixão se divide
Em milhares de lagos
E onde
Nos banhamos meigamente
Nos açudes refrescantes da harmonia.
Nós não temos medo.
Nós não temos medo de invocar
Sentimentos inglórios e distantes.
Nós caminhamos sobre as pedras abruptas
Do caminho desconhecido e abrupto.
É neste, que vamos semeando farpas de desprezo.
Nós estamos aninhados.
Nós estamos interiorizados.
Em pequenas bolas de sabão.
Bolas de sabão que apenas seguem
As eloquentes brisas de Verão.
E lá, lá trepamos
Nas vivas cores de um arco-íris perdido.
Nós não estamos secos.
Nós não somos o chão que acolhe a lama suja.
Nós não somos a Terra impura.
sexta-feira, junho 16, 2006
amo-te ... silencio
de mim... me amparas.
Porque louco me embalas
Nos intervalos das musicas
No estremecer da voz
num vazio qualquer na noite
num madrigal qualquer de dia
Porque que me atiças a alma
No meio de fúrias e calma...
E do nada fazes murmúrios
Poemas feitos de gestos
doces sonhos fonemas
alguns deles poemas
alguns deles canções
Porque é para ti que falo
Em cada final de frase,
em cada dobrar de linha
de um poema qualquer
sonhos que sussurro
as vezes sem dizer
outras vezes dizendo
sem precisar de falar
Porque é a ti que escuto
Quando me sinto perdido
E é contigo que fico
Quando fujo de mim
E és tu quem está comigo
quando me sinto sozinho
e mesmo sabendo-me perdido
permites que volte a ti
porque é a ti que eu beijo
quando nem a pele vejo
e são tens os seios
em que repouso o meu queixo
e são teus os braços
em que embrulho o meu corpo
e es tu quem dorme a meu lado
quando me deito sozinho
Porque é teu o sonho
que molda a minha alma
nas desventuras da mágoas
nas inconstância da vida
no gemer de uma guitarra,
ou num sopro qualquer de vida
frissom da chuva a cair,
vento agreste qualquer
uma vontade de ir
um grito por acontecer
Porque és tu meu ronronar
Meu castigo de viver
Minha lua de algum lugar,
Minha ode por escrever
Meu amor por acontecer
sopro divino dos dias
romance por acabar
prosa sem redondilhas
Porque és tu que me inflamas
E despertas poesias
gaivota etérea de sonhos
pairando no firmamento
uma vela eregida ao vento
na amurada de um veleiro
pelo força de um barqueiro
sequioso de folias
Porque es tu quem vou beijar
Mesmo antes de morrer
tu que és meu ultimo adeus
meu derradeiro suspiro
poemas são os olhos teus
o resto é um desalinho
porque és tudo o que eu canto
todo o meu canto..
tudo o que eu vivo.
Porque és gloria e morte
Sopro fiel,
Boa ou má sorte
Meu triste fel
Sabor a mel
Meu fado, meu canto
Minha lágrima
Amo-te....
Silencio...
amo-te...
... tu
quinta-feira, junho 15, 2006
Parabéns Fernando Pessoa
Autopsicografia"
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
01.04.1931
segunda-feira, junho 12, 2006
HOMENAGEM A JORGE PALMA
D. Quixote foi-se embora
Acende mais um cigarro, irmão
esconde essas sombras no teu olhar
tenta mexer-te com mais vigor
abre o teu saco de recordações
e guarda só o essencial
o mundo nunca deixou de mudar
mas lá no fundo é sempre igual
E agora, que a lua escureceu
e a guitarra se partiu
D. Quixote foi-se embora
com o amigo que a tudo assistiu
as cores do teu arco-íris
estão todas a desbotar
e o que te parecia uma bela sinfonia
é só mais uma banda a passar
A chuva encharcou-te os sapatos
e não sabes p'ra onde vais
tu desprezavas uma simples fatia
e o bolo inteiro era grande demais
agarras-te a mais uma cerveja
vazia como um fim de verão
perdeste a direcção de casa
com a tua sede de perfeição
Tens um peso enorme nos ombros
os braços que pareciam voar
tu continuas a falar de amor
mas qualquer coisa deixou de vibrar
os teus sonhos de infância já foram
velas brancas ao longo do rio
hoje não passam de farrapos
feitos de medo, solidão e frio
sexta-feira, junho 09, 2006
Ansejos
Ansejos...
gostava que esta noite
tu ficasses deitada comigo
e que ao som de uma canção
tu me abraçasses e dissesses
... estou contigo .
gostava que num torpor
tu me beijasses...
e me envolvesses
na tua áurea encantada.
gostava que com amor
tu me queimasses...
e que num momento de loucura
sussurrasses palavras deste amor fatal
já mais esquecido.
gostava de te levar num carrossel
e de te envolver assim ... perdida.
gostava de ser teu ... para toda a vida.
só para te acordar de manhã
como se fosses
a mais doce bela adormecida .
gostava que soubesses
que te quero e que és a mulher
que eu mais venero nesta vida.
gostava que acreditasses
nas palavras que aqui digo
pois de outra forma dizer-tas
... não consigo.
mas também que posso dizer
que aqui não tenha dito.
que loucura vai fazer ...
calar este meu grito.
que outra forma cruel
me vai esmagar
do que saber-te aqui
sem te contar
...todas estas coisas
... que eu sinto.
simplesmente por saber
que para ti não são mais
...do que palavras ditas .
por saber que vais pensar
que eu aqui minto .
e talvez nem adiante,
talvez até nem ligues
... ao que eu sinto.
porquê amar-te assim
sem ter razão.
porquê querer ser eu
o teu amor .
porquê julgar teu
meu coração.
porquê, porque, porquê...
devo estar louco!
louco! louco!
mas não te minto...
e a verdade é que te amo,
mesmo que não passem
...de palavras perdidas,
como folhas caídas...
na árvore da minha vida .
como se fossem
simplesmente pedaços
de tudo o que eu sinto...
e de outra forma...
...não sei dizer.
domingo, junho 04, 2006
solidão
imagem quadro "Danae" de Klimt .
A solidão entranha-se no corpo, corroi-nos até aos ossos, até à alma...
sentirmo-nos sós é ter em nós algo de vazio, é viver continuamente a sensação de uma cama vazia, de um quarto vazio... pior que isso ... a sensação de estar vazio por dentro... como se houvesse algo de mim, algo do meu peito, da minha vida, da minha essencia que alguém, ainda não sei quem... levou e se esqueceu de devolver.
Uma angustia que doi e não sara de ver os dias irem morrendo pouco a pouco... e com eles a capacidade de suportar.
segunda-feira, maio 29, 2006
ERNEST HEMINGWAY
Todos os bons livros assemelham-se no facto de serem mais verdadeiros do que se tivessem acontecido realmente, e que, terminada a leitura de um deles, sentimos que tudo aquilo nos aconteceu mesmo, que agora nos pertencem o bem e o mal, o êxtase, o remorso e a mágoa, as pessoas e os lugares e o tempo que fez. Se conseguires dar essa sensação às pessoas, então és um bom escritor."
"A sabedoria dos velhos é um grande engano. Eles não se tornam mais sábios, mas sim mais prudentes "
Ernest hemingway "O Adeus às Armas"
sábado, maio 27, 2006
KERO-TE
- é o ultimo dos senhores! - alguém disse, O último dos poetas…
Com efeito quem atentasse ao seu rosto mesmo sem ser preciso ler as suas obras, mesmo sem ser preciso ouvi-lo, só pelo modo como os seus olhos brilhavam, só pelo modo como o seu sorriso era aberto e grande e pela forma como esse sorriso emergia do fundo da sua farta barba escura de onde a onde já ponteada pelo branco dos seus 49 anos, facilmente identificava nele um poeta, um amante do sonho mais do que da vida.
De facto ele escrevia, de facto compunha versos e versos letra a letra, de facto apregoava o amor, o canto, a mágoa, o sonho, a perda e fazia-o tão bem e de um modo tão profundo que se em qualquer recanto ele dissesse um dos seus poemas conseguia parar a cidade, comover os corações elevar a mente.
Ele sabia fazer isso, sabia o peso da palavra, a sua força, a vida tinha-lhe ensinado isso, tinha-lhe dado algo que para muitos poderia ser entendido como um dom, mas que com o passar dos anos, com o avivar e o suceder das dores já sabia ser um castigo.
Talvez por isso era agora mais contido… Não … não quero dizer menos apaixonado, quero dizer apenas mais silencioso, como se tivesse refugiado as palavras no seu peito sem faze-las vir a luz do dia.
Apesar dessa contenção fazia questão de dominar afincadamente a língua portuguesa, usava-a na sua vertente mais clássica ... tão clássica que só com o passar dos anos aceitou que farmácia se escreve agora sem “ph” e se debate ainda em acesa discussão quando alguém quer escrever por exemplo a palavra “recto” sem “C” ...
- Reto - é uma parte do rabo – diz-se recto … se eu sou recto, significa que ajo segundo os meus princípios, que sou correcto, não tem nada a ver com essa partes do corpo” – Diz ele prontamente ( e se calhar … cá para mim com alguma razão).
De resto estas novidades como o “bués”, o “curte”etc… para ele não fazem nem farão sentido algum… - “se o dicionário as integrou no vocabulário….- Mal o dele … não presta”.
Não ele não era agressivo nas discussões, e cá para nós… mesmo que fosse as pessoas já não ligavam ao que dizia… as crianças gostavam mesmo de picá-lo, habituavam-se aquele olhar paternal… gostavam de vê-lo arreliado, de ouvir as suas explicações.
Ele também gostava de se sentir picado… sempre sentia algo…sempre lhe vinham à memória as discussões na universidade nos tempos de Coimbra, sempre se lembrava da fuga à pide .
Bons tempos, os de luta… mesmo preso e torturado sentia que a liberdade era uma conquista… sabia dar valor nem que fosse ao facto de poder estar no café sentado à noite a ler o jornal do dia sabendo que as noticias não tinham sido objecto de censura.
Para ele o que fazia, os seus hábitos, as suas conquistas, o poder falar com as crianças…ser arreliado por elas, o poder ir aquele cafezinho dia após dia… era algo que fazia parte da sua deliciosa rotina diária… até porque o corpo já não se atrevia a grandes voos.
Talvez por isso o que se passou um destes dias o tenho mudado tanto… O tenha feito sentir-se novamente preechido.
Estava ele sentado no mesmo café onde ia todas as noites quando irrompe café a dentro uma jovem rapariga com os seus 19 anos, como se viesse a fugir de alguém e se senta na sua mesa como se precisasse de refugio.
Ela tinha uma aparência gótica e envergava um vestido curto preto e umas botas D. Martin. Tinha um rosto arredondado de onde sobressaia um sorriso fugidio, quase escondido pelas farripas de cabelo muito escuro e liso, mas que não conseguiam esconder a magia dos seus olhos castanhos mel, nem sequer com a ajuda do hi-line negro escuro… pelo facto de ter o contorno dos olhos algo borrado ele percebeu facilmente que ela tinha estado a chorar… sim tinha estado a chorar.
Assim ele não rejeitou a presença dela, nem mesmo quando o empregado do café lhe perguntou se ela o estava a importunar… Ele sentia que se ela estava ali era porque se sentia segura… não precisava de saber mais… ele iria protege-la… precisava de assumir isso… depois até estava a gostar de ter companhia.
Ela depois de um silencio ensurdecedor pediu-lhe desculpa por se ter sentado… disse-lhe que tinha discutido com o namorado… que ele lhe tinha tentado bater… confessou-lhe que se sentia perdida… ameaçada… - Eu amava-o mais que a mim própria.. sem ele não sou nada… mas com ele nada sou… ele consumiu-me, consome-me … mas sem ele sinto-me vazia e só. – disse-lhe ela.
Ele escutou-a sem interromper… emprestou-lhe o ombro para que ela chorasse e ela fê-lo … estiveram abraçados… Depois ele disse-lhe que só sofrendo um dia se pode alcançar o verdadeiro amor… que só quem chorou um dia pode verdadeiramente amar alguém,… que já tinha passado por essas dores e que essas dores quando saradas tinham sempre algo de luz… doravante os céus são teus... podes voar sem precisar de ninguém- ela pareceu reconfortada com as palavras dele… o seu sorriso voltou a florescer… parecia uma pessoa nova… viva…
Ele voltara a estar só… mas já não se sentia só… havia rasgos da presença dela no ar…
Uns minutos depois um barman veio entregar-lhe um pedaço de papel escrito por ele antes de partir e onde se podia ler … “hoje foste o meu anjo, obrigado por me teres acolhido nas tuas asas… agora sei que os céus são meus e também tenho o direito de voar… e porque me ensinaste que posso voar... KERO-TE”…
Ele ao ler isto ele sentiu-se tão feliz e novamente tão inteiro que nem sequer ligou ao “K” em vez do “Qu” e garanto- vos nunca nenhuma frase lhe pareceu tão bela.