quinta-feira, maio 11, 2006

era uma vez

Era uma vez
Era uma vez um menino
Era uma vez um menino que olhava
Era uma vez um menino que olhava o mar
Era uma vez um menino que olhava o mar e via
Era uma vez um menino que olhava o mar e via nas ondas
Era uma vez um menino que olhava o mar e via nas ondas destinos por alcançar
Era uma vez um menino que olhava o mar e via na ondas destinos por alcançar e sonhava
Era uma vez um menino que olhava o mar e via nas ondas destinos por alcançar e sonhava com novos mundos
Era uma vez um menino que olhava o mar e via nas ondas destinos por alcançar e sonhava com novos mundos quer descobria em caravelas feitas de letras,
Era uma vez uma vez um menino que sonhava que um menino que olhava o mar e via nas ondas destinos por alcançar e sonhava com novos mundos quer descobria em caravelas feitas de letras, de palavras e de sonhos...
Era uma vez um menino que sonhava com outro menino,
Era uma vez um menino que sonhava
Era uma vez um menino
Era uma vez
... um sonho .

1 comentário:

luck disse...

\\\\Este é o menino brasileiro///

O menino, o vento e o mar

Uma vez era, entre tantos outros, um menino
Desses que quando olhava da areia o mar
Não olhava, via e ouvia
Desses, que ainda entre as estrelas, enquanto os outros meninos dormiam, espreitava.
Vinham os homens e arrastavam do jirau as redes
deslizavam pela areia seus barcos e suas tralhas.
A culpa era deles que partiam dali, bem em frente à fresta do seu quarto
Ou seria do vento
que cedo lhe soprava o cheiro de maresia?
O menino era assim pasta de areia e água.
Lá fora as ondas tangenciavam os cascos
O menino estendia a camisa aberta sobre a cabeça e desancorado corria
O menino mareava em terra.
A tarde devolvia os homens, os barcos e os peixes. As pessoas vinham , cercavam os barcos.
O menino sentia-se pronto.
Para o mundo era um menino miúdo
Solitário, apresentava-se ao mar , voluntário de um exército ainda futuro.
O vento balançava-lhe a bermuda
Só ele , o vento e o mar.
Alguém gritou da janela:
Menino!!! Entra tá frio!!!
Lá fora o vento velava um barco ao mar
Mar de leitos de rios, água doce em sal.

Luisa ataide-
abril 2000
luisaataide@bol.com.br