sexta-feira, maio 12, 2006

Confissão

há uma coisa que quero partilhar com vocês, e sobre a qual tenho reflectido nos últimos tempos, que tem a ver com a interrogação sobre qual será a verdadeira razão do amor, a verdadeira razão de amarmos?
A minha duvida é simplesmente esta... Porque será que continuamos a amar mesmo que o amor nos tenha feito sofrer, uma ,duas, três vezes, teremos em nós algo de destrutivo, será o amor vida e morte, açucar e fel, luz e penumbra, algodão e lamina?
será que existe um amor perfeito à nossa espera capaz de curar as desilusões amorosas, consertar os desenganos? será que para se chegar a esse alguém é preciso sofrer, como se esse sofrimento fosse condição essencial da perfeição? Ou será que as coisas do coração são simplesmente jogos em que uns ganham e outros perdem, como actores de um enredo sem sentido?
Em conversa com uns amigos em que falava disto veio-me a cabeça a seguinte ideia mais ou menos alucinada...

se deus, acreditando que ele existe, nos fez há sua imagem e semelhança, ( e como tal se ele é perfeito, nós também temos potencialmente tudo para o ser), amar é simplesmente um acto de loucura, pois não é mais do que resignadamente ou não, nos amputarmos dessa perfeição, aceitarmos ser incompletos, para depositar essa qualquer coisa noutro alguém que nos completa ao ponto de valer a própria vida, a própria alma, a própria busca da luz, numa atitude que nos torna tão deliciosamente perfeitos.

pessoalmente sinto-me contente por ser louco, por ser imperfeito, mesmo que as vezes, sobretudo porque sei a raiz da minha imperfeição, aquela parte de mim que está ausente ,e faça sentir tenebrosamente incompleto.

Para os loucos (ou pelo menos para aqueles que se atrevem) fica o consolo deixado pela seguinte fraze de Nietzche "Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura "

que a razaõ e sobretudo o amor esteja convosco . BOM FIM DE SEMANA

2 comentários:

Anónimo disse...

doce loucura, doce tortura... gostei do blog

Anónimo disse...

"Deus inventou o sexo, nós inventámos o amor. Ele tinha razão. " (Vergílio Ferreira)