terça-feira, janeiro 22, 2008

há uma ausencia que se corroi no meu peito
uma vontade de não sonhar e de não ser
um fogo preso que se abafa no silencio
uma voz de louco sem medo de padecer

há um vazio que se escreve com palavras
momentos estranhos e vãos...
em que canto quando choro
e dou por mim a rir por não sonhar

e há uma noção de que se é rio sem ter margens
de que se é dia... sem anoitececer.
uma certeza de que seja qual for o rumo ou a viagem
a meta essa está sempre além de acontecer

e a certeza de que por maior que seja o pensamento
por mais profunda que seja a poesia
este vazio é sempre o mesmo...um barco sem ter cais...
ou apenas a dor que vou cantando para não esmorecer

8 comentários:

... disse...

Esmorecemos em oscilações, como se tivessemos rios por dentro de nós.

Se te aproximares um pouco da margem, nunca te esqueças que na evidência da corrente há sempre uma distância daquilo que foi nosso, mas nunca se perde.

Cumprimentos.

Fernando disse...

Pedro.
"privatizei" o meu blog. Se desejares aceder a ele, contacta-me via mail.

Um abraço grande amigo.

Silvia Madureira disse...

Pedro:

Posso ajudar em alguma coisa? De que forma?

um beijo

milhafre disse...

madrugada

gostei do comentario... obrigado.. sim conheço a corrente e as margens... vou-me mantendo a tona

Fernando

velho lorenzo ... eh eh
mando o email com certeza...
abraço forte.


silvia

obrigado pela ajuda, pelo teu apoio..
este texto não é um pedido de auxilio... saiu-me assim...
vivo dias mais a sombra mas sei que os dias de luz voltaram..
não me rendo.

beijo amigo

SILÊNCIO CULPADO disse...

Escreveste isso. Podia ter sido eu se o fizesse tão bem como tu.
Mas com o tempo aprendemos a preencher vazios e a reedificar-nos. Só assim sobrevivemos. Quando quiseres passar pelo meu canto tens ali uma amiga.

Silvia Madureira disse...

tens algo importante no meu blog.

tb tens umas determinadas imagens na tua caixa de correio.

beijo

Kalinka disse...

Olá Pedro
descobri-te no blog da minha sobrinha, a pikenatonta, que está internada à espera de transplante de coração.

Vim espreitar o teu espaço e descubro que temos bons filmes em comum, no nosso gosto cinéfilo: As palavras que nunca te direi - Danças com Lobos - Carteiro de Pablo Neruda.
Fiz um post recentemente sobre cinema, convido-te a ver.
Bom fim de semana.

MIMO-TE disse...

Acho que também sinto isso muitas vezes, entendo-te, acho eu...

Estou sempre aqui... venho sempre ler-te.

Bjo
Mimo-te