domingo, julho 30, 2006

a espera...

A Espera Do Prazer


"O prazer que tu esperas varia na razão inversa do tempo de o esperares. E da inquietação também. Porque quanto mais esperas e te inquietas, menos prazer ele é. Espera-o no infinito para te não inquietares. E que ele seja depois o prazer que for. Mas o contrário também é verdadeiro. "


Vergílio Ferreira, in 'Pensar'


"A definição de belo é fácil: é aquilo que desespera "


Paul Valery




"A verdadeira esperança é uma qualidade, uma determinação heróica da alma. E a mais elevada forma de esperança é o desespero superado "


Georges Bernanos



três citações de grandes três grandes autores, quem sabe para acalentar a esperança daqueles, quem sabe eu, quem sabe um de vocés, que se mantém fieis aos sonhos.
Que todo o futuro seja uma promessa e toda a poesia grito.
bem ajam

quarta-feira, julho 26, 2006

Pela paz


Pela paz...
Contra a tirania do mais forte....
Contra o ódio....
Contra o medo....
Contra a morte.
Porque o homem não pode continuar a ser lobo do homem..
Porque nós humanos temos de deixar de ser bestas...
Pede-se silencio...
Pede-se calma...
Pede-se compreensão...
Pede-se respeito pelo outrem...
Pede-se igualdade...
Pede-se esperança..

Que os homens, uns e outros, percebam no outrem um irmão, um companheiro, um seu igual
e entendam de uma vez por todas que a terra é um lugar de encontro de diferenças que não deve ser temido mas que nos enriquece e que as fronteiras não existem.


Não à guerra.... viva o sonho viva a

sábado, julho 22, 2006

diz-me...

Diz-me é um poema antigo que retrata algo actual... a minha busca intensa e as vezes sofrida pelo amor... porque as vezes é dificil dizer por palavras o que nos move o coração.

Diz-me


Diz-me
Que angústia é maior...
do que saber-te aqui
sem te ver ?

Que sofrimento é mais forte...
do que o de quem ama
sem poder, ou, sem querer?

Que linhas são mais rasgadas...
do que estas trovas aflitas
que por certo ninguém vai ler?

Que flor é mais bela...
do que a flor perfumada
com as lágrimas de alguém ...
só por sofrer?

Diz-me...
Que loucura é essa
que me afasta do que sou
e me prende nesta melancolia
por traz da qual me escondo ?

Diz-me ...
Quem sou eu ?
Quem és tu ?
Que sopro é esse que...
emanas dos teus lábios?

Diz-me...
Se continuas a deixar
morrer este poeta?
se te refugias num mundo...
que ninguém sabe qual é,
e onde és rainha...
pois nele só guardas lugar para ti?

Diz-me ...
Que segredos são esses ...
que escondes em teus seios,
e que até agora deixas ao acaso
sem que alguém
alguma vez os encontre?

Diz-me...
Que morte é mais triste,
do que alguém
que morre sem morrer
e que é condenado
a errar por esta vida
sem sentido até que os seus dias
espirem ?

Diz-me todas estas coisas,
perguntas de amor sem respostas
perdidas no olhar
deste alguém que sou eu
deste alguém...
que não se atreve a dizer-te...
ama-me...
pois tua resposta só iria
enterrar ainda mais o moribundo que
eu sou
condenando-me inexoravelmente ao
degredo
onde permaneço até ao fim das idades.

Diz-me...
que não ou que sim,
mas não me digas que estou louco
pois se o estou é de amores por ti...
e quanto a isso... só a flor do tempo
apagara os traços que deixei ...
marcados na areia desta vida
só a flor do tempo.....

sexta-feira, julho 21, 2006

Bom fim de semana

Lua e Flor

Eu amava como amava algum cantor
De qualquer clichê, de cabaré, de lua e flor.
Eu sonhava como a feia na vitrine,
Como carta que se assine em vão.
Eu amava como amava um sonhador,
Sem saber porque, e amava ter no coração
A certeza ventilada de poesia
De que o dia não amanhece não.
Eu amava como amava um pescador
Que se encanta mais com a rede que com o mar.
Eu amava como jamais poderia
Se soubesse como te encontrar
Eu amava como amava algum cantor
De qualquer clichê, de cabaré, de lua e flor.
Eu sonhava como a feia na vitrine,
Como carta que se assina em vão.
Eu amava como amava um pescador
Que se encanta mais com a rede que com o mar.
Eu amava como jamais poderia
Se soubesse como te contar.
Eu amava como amava um pescador
Que se encanta mais com a rede que com o mar.
Eu amava como jamais poderia
Se soubesse como te contar


Oswaldo Montenegro


Bom fim de semana amigos, deixo-vos com esta magnifica letra de O. Montenegro, para que não esqueçamos o quanto é bom termos alguém no coração.
acreditem nos sonhos porque como disse um rapaz misterioso que conheci ontem "a vida pode não ser um sonho, mas o sonho é definiotivamente a vida".


parabens ao meu amigo Diogo pelo aniversário e votos de boa sorte à Carla e à Rita bem como a todos vós que se encontram em frequências e exames.
A vela está acesa.

segunda-feira, julho 17, 2006

tempo que passa nos passos de dança

Estou velho sabes... sinto-me velho... não por me sentir fora do tempo, não pelo peso do corpo, não pelo desfigurar da face.. não são os anos que pesam, não é o corpo que desilude... o que pesa é o baú de recordações que vou trazendo comigo..... o baú de sonhos realizados e por realizar... o baú de partilhas... o baú de entregas .
Não eu já não guardo religiosamente as cartas que escrevo, já não guardo pétalas de flor, pedrinhas, ou mesmo aquele rabisco teu que encontro naquele livro que me pediste emprestado...
Já não faço colecção de citações que me tocaram... nem de vestígios de situações que me fizeram viver...que me fizeram sonhar...
Com o passar dos anos aprendi que o verdadeiro baú de recordações não é material, descobri que ele está dentro de nós... na lembrança das pessoas, eventos, lugares ou momentos que residiram na minha alma e que a moldaram tornando-a diferente...tornando-a melhor... as vezes sofrida... mas melhor.
Descobri que não é por termos a musica X.P.T.O ou as fotografias do baile Z que esse baile vai ser lembrado, que não foi por ter aquele fio de cabelo que ficou no meu ombro depois de dançarmos.
Não, não ficou. Foi pena...
Não foi por isso que nunca mais me irei esquecer daquela noite em que vieste ter comigo e me convidas-te para dançar, o que ficou em mim foi o teu olhar quando o fizeste... foi o bater mais forte do meu coração... foi aquela sensação de por segundos voar a teu lado... acredita...senti-me a voar... voei mesmo.
O que ficou foi a magia desse momento... foi o facto de teres dançado comigo, de me teres honrado com isso, e também o saber que nunca mais dançamos..
Falar da ultima vez que dançamos, fez-me perceber que nos dias que correm as pessoas chamam “dançar” a estar frente a frente na multidão, sem sequer se tocarem... sem saberem o quanto é magico dançar o “waiting for you” com a pessoa amada poisada no ombro, o quanto pode ser sensual e sedutor dançar um tango a dois, sobretudo naqueles momentos em que os lábios roubam a rosa dos lábios do ente querido...
Hoje quando me dizem que depois do jantar é para se ir dançar vai-se sempre para uma sala escura cheia de pessoas aos saltos para cima e para baixo...
O que é engraçado e trágico é que essas salas estão cheias de raparigas a dançar ao lado das cadeiras onde os namorados estão sentados, simplesmente porque eles já não dançam... Sim eu sei que nós homens portugueses sempre fomos um bocado rabo pesado... mas no meu tempo mal ou bem todos dançavam, não dançar era ficar sozinho.. Era ver a festa da cadeira... e ninguém queria ver a festa da cadeira ..acredita.. .
Talvez por isso organizar um baile de anos era algo elaborado a preceito, algo que implicava muita reflexão, as vezes filosofia, com certeza muita psicologia... Fazíamos uma lista de “elas” e outra de “eles“, em igual número, que era para não colocar ninguém na cadeira previamente, apresentávamos as pessoas umas as outras, sem insistirmos em quem ficava com quem, mas sempre tendo em conta personalidades compatíveis, colocávamos lâmpadas pintadas de vermelho e azul no lugar das lâmpadas normais e depois era soltar a música..
Primeiro colocava-se um rap ou breack dance para aquecer, depois uma lambada, o “tengo um coraçon” do Juan Luis Guerra ou mesmo a banda sonora do “Dirty dance”.
Aos poucos ia colocando um slow para facilitar o convívio. ... uma hora depois era slow atrás de slow, era ombros nos ombros... era ver que o plano resultou...
É ver que ainda hoje resulta... sim... porque alguns dos pares ainda hoje dançam juntos, talvez não em bailes, mas na vida, alguns namoraram, casaram, tiveram filhos... e tudo porque um dia alguém, muitas vezes eu, se lembrou de chamar z para dançar com y, por achar que havia um clima entre eles... e não é que havia mesmo!
Perguntas-me porque raio é que o dançar me fez sentir velho... porque é que a conversa da velhice levou a ti e tu levaste ao modo como se dança actualmente...
Sim eu sei que tu não danças, que tu e eu nem sequer vamos a discotecas... que tu e eu só dançámos uns segundos uma vez...
Mas sabes, este fim de semana fui a uma discoteca ver um concerto da banda de um velho e grande amigo e depois do concerto ficamos lá a dar um pé de dança.
Sim passou-se o que se passa sempre, eram 2 rapazes e umas 8 raparigas na pista a dançar e outras tantas a abanar a cabeça junto dos namorados que estavam nas cadeiras hirtos como estátuas... E isso fez-me ter saudades dos tempos antigos, fez-me ir buscar o pessoal as mesas como antigamente, fez-me leva-los para a pista até que todos dançassem e fez o disco jockey colocar musicas brasileiras atrás de brasileiras. Atéao fim da noite..
Sim foi giro... admito-o ... foi pena sentir que não estavas comigo... sentir que mesmo que não queiras havia um pedaço de mim que me faltava...
Se os sonhos são o que nos move no “eterno camino de la felicita”, quem sabe talvez me seja permitido sonhar que estou a dançar contigo uma vez.. quem sabe com a tua cabeça no meu ombro.

sexta-feira, julho 14, 2006

O que é afinal para vocés o amor???

Desta vez vou ser mau...
desenganem-se aqueles que pensam que vou dar-vos respostas...
são vocés que estão na berlinda hoje... quero escutar-vos... quero saber o que vos move... quero perceber a vossa essencia... a vossa busca...
A pergunta não é inocente... procura-se a melhor definição de amor... procura-se um conceito perfeito capaz de sintetizar a amalgama de sentimentos que traduz a busca da felicidade.
desafio-vos a expressarem a vossa criatividade, a sorverem a vossa poesia... inquietem-se.
desta vez são vocés os poetas, os sonhadores, os loucos...
eu fico à escuta... quem sabe em busca do meu rumo.

terça-feira, julho 11, 2006

O TIGRE E A NEVE


"O poeta é aquele que tem como ofício a descrição daquilo que faz bater o coração com palavras tão adequadas que quem o escuta fica com o coração a bater"

O Tigre e a neve

Pois é a minha amiga Maria tem destas coisas... não fosse ela minha amiga...
Escolhe um filme, lê a sinopse, escolhe-me como companhia e pronto... lá vou eu, sem saber muito bem o que vou ver, com ela para a sala de cinema...
Ela sabe porque me convidou... os filmes que ela escolhe tem sempre muito a ver comigo, com o que me vai na alma, com uma situação qualquer que esteja a atravessar...
Pessoalmente acho que ela faz de propósito... ela sabe tão bem como eu que a minha cabeça precisa ser agitada, que preciso abrir a minha mente... mas garanto-vos chega a ser armadilha... uma armadilha deliciosa...mas chego a sentir-me armadilhado.
Desta vez a escolha dela e por sinal a minha devoção pós filme... não esteja eu a postar sobre ele no meu blog, recaiu sobre o filme de Roberto Benigni “ O tigre e a neve” .
É um filme genial, quase um poema, passa uma mensagem sobre algo que é puro e verdadeiro -um grande amor, que existe num cenário “real” de ódio e de guerra.
Benigni recria um ambiente, um sentimento e representa-o para uma câmara, que capta uma nova história.
A ideia chave do filme é o amor.
O amor que muda, que consegue alterar, que enternece, que mente, que sonha, que luta pelos sonhos.
O amor entre um homem e uma mulher, entre os pais e os filhos, entre o homem e Deus, entre homens de culturas e origens diferentes, personagens que se cruzam naquilo a que Benigni chama “L´Eterno Cammino per la Felicità”.
É um filme imperdível... vejam... sonhem... se for preciso chorem... chorem e depois amem ... amem melhor... depois de verem o filme vão amar melhor.
Depois confesso-vos que a banda sonora é brutal e que o “ You can never hold back spring" de Tom Waits me fez ficar em pé, no final do filme até que a musica acabasse... fiquei até há ultima letra do coopyrigth ou melhor fiquei até apagarem as luzes...
Obrigado Maria pelo convite, pela provocação ... e acima de tudo por seres minha amiga.
Obrigado a vocés por me permitirem partilhar isto convosco.

Despeço-me com a letra da musica de Tom Waits, que se me for permitido dedico à Maria, e à Carla... elas sabem porque

You can never holdback Spring
You can never hold back Spring
you can be sure that i will never
stop believing
The blushing rose will climb
Spring ahead or fall behind
Winter dreams the same dream
Everytime
you can never hold back spring
seven thought you've lost your way
the world keeps dreaming of spring
So close your eyes
Open your heart
To one who's dreaming of you
You can never hold back spring
Baby
Remember everything that spring can bring
You can never hold back spring
Tom Waits

quarta-feira, julho 05, 2006

Estou com vocês selecção


Mesmo perdendo com a França souberam bater-se com honra e dedicação, honraram as nossas cores, souberam unir-nos e mais que isso souberam fazer-nos sonhar.
é pena que o sonho não se tenha concretizado... mas nos tempos que correm sonhar por sí só já é bom.
Agora falta cumprir-se Portugal, era bom que essa causa nos unisse também.
Obrigado Scolari, Quim, Paulo Santos, Paulo Ferreira, Caneira, Ricardo Costa, Fernando Meira, Miguel, Nuno Valente, Ricardo Carvalho, Costinha, Petit, Hugo Viana, Maniche, Tiago , Deco, Figo, Pauleta, Simão Sabrosa, Boa Morte, Cristiano Ronaldo, Nuno Gomes, Hélder Postiga e em especial RICARDO..
FORÇA PORTUGAL TRAGAM-NOS O TERCEIRO LUGAR

terça-feira, julho 04, 2006

Por um Pôr do sol qualquer...


- Gosto muito do por do sol. Vamos ver um por do sol...
- Mas temos de esperar...
- Esperar o quê?
- Esperar que o sol se ponha.
Ficaste de principio, com um ar muito surpreendido. Depois troçaste de ti mesmo e disseste:
- Julgo sempre que estou no meu sitio.
Com efeito quando é meio dia nos Estados Unidos, como toda a gente sabe, o sol está a pôr-se em França.
Bastaria ir a França num minuto para assistir ao pôr do sol. Infelizmente a França fica muito longe. Mas no teu pequeno planeta, basta colocares a tua cadeira alguns passos mais à frente. E podes ver o pôr do sol sempre que desejares...
- Um dia vi o pôr do sol quarenta e três vezes!
E pouco depois, continuaste:
- Sabes... quando se está muito, muito triste gosta-se do pôr do sol...
- No dia das quarenta e três vezes estavas assim tão triste?
O Principezinho não respondeu...

Saint-Exupéry in o Principezinho

Porque as vezes todos precisamos de um pôr do sol nas nossas vidas, quem sabe uma despedida das tristezas e a promessa do regresso da luz...
porque em cada pôr do sol há qualquer coisa de nostalgico de melancólico, como se o céu se comovesse com quem sente e se enternecesse com um laranja quente como que a querer-nos brindar com o milagre quente e terno da vida que se teima em escapar.
As vezes, quando alguém se cruzava comigo e me dizia que a viad não valia a pena eu dizia-lhe que o sol de punha todas as noites especialmente para essa pessoa e que essa pessoa devia saudar o sol com um sorriso sempre que ele se puzesse, agora sou eu quem não vejo o sol pôr-se...
amanhã prometo não vou perde-lo... e quem sabe sorrir.....