não queria sentir o que sinto...
porque não ando a sentir nada...
porque pareço anestesiado...
porque quase nada me da prazer...
porque me começo a conformar com este vazio...
porque começo a duvidar se faz sentido continuar à procura do que busco...
porque sei que se encontar vou estragar tudo...
porque gostava de ser ermita...
gostava de não me corroer por dentro...
porque já nem corroer-me por dentro me doi
Acerca de mim
- milhafre
- Quem sou eu...... as vezes queria ser apenas um escolho atirado aos ventos. outras a minha faceta de louco faz-me querer enveredar por caminhos que desconheço e espanto-me a mim próprio. diria que sou alguém que aspira a ser simples e a quem o corre corre dos dias parece estrangular as vezes deixando as palavras e os sonhos amordaçados na garganta. se um dia me for espero ser lembrado como um bom amigo .
sábado, agosto 22, 2009
terça-feira, agosto 18, 2009
loucura .. segundo Albert Camus
CALÍGULA: - Pensas que estou louco.
HÉLICON: - Bem sabes que nunca penso. Sou demasiado inteligente para tal.
CALÍGULA: - Bom. Enfim! Mas não estou louco e até nunca fui tão razoável. Simplesmente, senti em mim um súbito desejo de impossível.
(pausa)
As coisas, tal como estão, não me parecem satisfatórias.
HÉLICON:- É uma opinião bastante difundida.
CALÍGULA: - É verdade, mas antes não o sabia. E agora sei.
(Sempre natural.)
O mundo, assim como está, não é suportável. Por conseguinte, preciso da lua ou da felicidade, ou da imortalidade, de qualquer coisa que seja loucura, talvez, mas que não pertença a este mundo.
HÉLICON: - É um raciocínio lógico, mas geralmente não se pode levar até o fim.
CALÍGULA: (erguendo-se, mas sempre com simplicidade)
- Isso é que tu não sabes. Não se consegue nada precisamente porque nada se leva até o fim. Mas talvez baste levar a lógica ao extremo limite.
(encarando Hélicon)
Bem sei o que estás pensando. Tanta história pela morte duma mulher! Não, não se trata disso. Parece-me recordar, é certo, que há dias morreu uma mulher que eu amava. Mas que é o amor? Pouca coisa. Essa morte não é nada, juro; é apenas o indício duma verdade que me torna a lua necessária. É uma verdade clarissima, ate simplória, mas difícil de descobrir e dura de suportar.
HÉLICON: - E que verdade é essa, Caio?
CALÍGULA: (voltado para o lado e em tom neutro)
- Os homens morrem e não são felizes."
Albert Camus, Calígula
HÉLICON: - Bem sabes que nunca penso. Sou demasiado inteligente para tal.
CALÍGULA: - Bom. Enfim! Mas não estou louco e até nunca fui tão razoável. Simplesmente, senti em mim um súbito desejo de impossível.
(pausa)
As coisas, tal como estão, não me parecem satisfatórias.
HÉLICON:- É uma opinião bastante difundida.
CALÍGULA: - É verdade, mas antes não o sabia. E agora sei.
(Sempre natural.)
O mundo, assim como está, não é suportável. Por conseguinte, preciso da lua ou da felicidade, ou da imortalidade, de qualquer coisa que seja loucura, talvez, mas que não pertença a este mundo.
HÉLICON: - É um raciocínio lógico, mas geralmente não se pode levar até o fim.
CALÍGULA: (erguendo-se, mas sempre com simplicidade)
- Isso é que tu não sabes. Não se consegue nada precisamente porque nada se leva até o fim. Mas talvez baste levar a lógica ao extremo limite.
(encarando Hélicon)
Bem sei o que estás pensando. Tanta história pela morte duma mulher! Não, não se trata disso. Parece-me recordar, é certo, que há dias morreu uma mulher que eu amava. Mas que é o amor? Pouca coisa. Essa morte não é nada, juro; é apenas o indício duma verdade que me torna a lua necessária. É uma verdade clarissima, ate simplória, mas difícil de descobrir e dura de suportar.
HÉLICON: - E que verdade é essa, Caio?
CALÍGULA: (voltado para o lado e em tom neutro)
- Os homens morrem e não são felizes."
Albert Camus, Calígula
terça-feira, agosto 11, 2009
Noite e tu
A noite pede a poesia.
Nas horas paradas vazias.
Nos gritos perpétuos sem sonho,
no vazio solitário em que a mente se despe
e a alma se abandona.
A noite pede sonho e canto.
Por todo o encanto parado.
Todas as horas desligadas.
Todo o fado fadado.
A noite pede sorrisos...
longe das dores, pelos aconchegos.
longe das mágoas pelas essências.
longe da desilusão pela persistência do sonho.
Longe do cansaço pela esperança,
longe de todos os medos pela inocencia.
De todos os mal me queres por todos os bem quereres.
De todas as escuridoes pela mais bela das luzes.
Ha uns dias a minha noite pedia tudo...
aconchego,
esperança,
luz,
a poesia que tinha perdido ....
nas palavras que tinha deixado de encontrar...
magia...
Foi então que viéste...
que veio o teu sorriso e o teu abraço,
a promessa da essência da amizade ,
a possibilidade de sonhar,
foi então que contigo ...
Só contigo...
veio tudo.
Nas horas paradas vazias.
Nos gritos perpétuos sem sonho,
no vazio solitário em que a mente se despe
e a alma se abandona.
A noite pede sonho e canto.
Por todo o encanto parado.
Todas as horas desligadas.
Todo o fado fadado.
A noite pede sorrisos...
longe das dores, pelos aconchegos.
longe das mágoas pelas essências.
longe da desilusão pela persistência do sonho.
Longe do cansaço pela esperança,
longe de todos os medos pela inocencia.
De todos os mal me queres por todos os bem quereres.
De todas as escuridoes pela mais bela das luzes.
Ha uns dias a minha noite pedia tudo...
aconchego,
esperança,
luz,
a poesia que tinha perdido ....
nas palavras que tinha deixado de encontrar...
magia...
Foi então que viéste...
que veio o teu sorriso e o teu abraço,
a promessa da essência da amizade ,
a possibilidade de sonhar,
foi então que contigo ...
Só contigo...
veio tudo.
sexta-feira, agosto 07, 2009
as vezes é tempo....
As vezes é tempo...
De partir sem querer voltar
De ser papel solto ao vento
De ser gota de agua em todo o mar
As vezes é tempo....
de ser barca sem ter cais
de se querer ser não sendo
de ser mais um entre os demais
as vezes é tempo....
de largar amarras e zarpar
despir as vestes de todos os compromissos
vencer todos os medos, todos os males
as vezes é tempo... todo o tempo....
de sermos nós
de sermos alma solta
de ouvir… apenas ouvir…
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