terça-feira, outubro 04, 2011

oh Orquidea

oh orquídea


planta de ilusões


a despertar paixões


num sopro lunar



és mulher madura


ninfa proibida


sem qualquer tormento


em busca de ilusões



flor de mil desejos


a suspirar por beijos


Maior do que o silêncio


Perpétuo extasiar



Fragrância sem tempo


de sonhos sagrados


és beleza rara


com mil cores vestida



roupagem de vida


senhora do universo


com extravagância


sem qualquer relutância



corpo nú e hirto


de espinhos despido


seios assumidos


livres para tocar



ninfa vanilina


maior que heroína


suco que me anima


perder-me em teus lábios



sátira divina


ode estonteante


quero ser delirante


vem-me enfeitiçar



naufraga-me em beijos


que quedo das dores


morro em teu regaço


para me libertar



rebelde como huan-luan


teu corpo jaz em flor


doce maldição


volúvel turpor



queria ser muan-cay


para em mim te atracares


sem nunca te soltares


meu tronco é teu caís



resiste aos vendáveis


perpétuo abraçar


doce flor proibida


sem medo dos tempos



eu sei que sou louco


porque só em ti me solto


e momento a momento


sou só sentimento



sem pensar no mundo


louca comunhão


ardemos em paixão


mágico vulcão



etéreos pelo ar


até levitar


tua pele na minha


partir e chegar



mas sei que te vais


pois és ave solta


jardim proibido


sem seres de ninguém



mas sei que te vais


numa outra rumagem


para seguir viagem


muito além do amar



mas sei que te vais


livre caravela


longe do meu cais


solta pelos ventos



Não digas que vais


Que depoi s de ti


só fica em mim


um amargo de boca



corpo desnudado


um lençol rasgado


mapas do teu corpo


algures nos lençóis



Não digas que vais


Que sem ti sou nada


Velho louco irado


Com medo do tempo



Que depois de ires


só fica de mim


este traço marcado


Grito interrompido



Poema adiado


Preso na garganta


Canto nado-morto


Num sopro sem esperança



Não digas que vais


Volta uma vez mais


Traz-me os vendavais


Ata-me ao teu corpo



Sé meu firmamento


Sem seguir viagem


Sonho sem lamento


Rainha dos mares




Oh orquídea


Marca de baton


Sem sair do tom


Mordida nos lábios



Oh orquídea


Somos barco e cais


Velas e vendavais


Telas e pincéis


Oh orquídea .

2 comentários:

Joana Pedro disse...

Eu ja tinha tido a honra de ler este poema. Mas não sabia que tinhas um blog. Gosto muito do poema, tem alma. Espero muito sinceramente que sejas feliz, que tenhas tudo de bom, do que esta vida tem para dar e que realizes um dos teus grandes sonhos que é publicar os teus poemas num livro.Quero que saibas que sempre que puder estarei aqui sempre para te apoiar.
Bem vou deixar-te com os teus poemas e espero que não tenha sido muito secante nem muito lamechas

Beijinho grande
Joana Pedro

Anónimo disse...

Como o autor deste poema sabe, não tenho muito jeito para opinar... mas com tudo o que direi, irei deixar muito a desejar!
Já tinha lido este poema, e sempre te disse que tens talento para a escrita, porque nela não só transmites um pouco da tua pessoa como a tua opinião sobre a realidade! Tenho admiração pelo teu talento mas acima de tudo orgulho-me por te ter como meu amigo. Terás sempre todo o apoio que necessitares da minha parte, sabes disso. Nunca deixes de escrever, pois é um dom que poderás permanecer para o resto da tua vida.
Beijinho enorme,
Nancy Marques*