Porque hoje se brindam
Os fazedores de sonhos
Os contadores de estrelas
Os domadores de luzes
Os aprendizes da imaginação
Porque hoje se brinda
Cada subir de palco
A contenção do gesto
A voz dos silêncios
A magia dos sentidos
Porque hoje se brinda
O sonhar sem fim
O ser mais que o próprio sonho
O recriar da vida
O sorver da luz
Porque hoje se brinda
O amor e o ódio
A paz e a guerra
A vida e a morte
O dia a acontecer em cada peça
Porque hoje se brinda
O olhar e o gesto
A contenção e o êxtase
Os beijos e as lágrimas
Uma mão erguida por todas as mãos erguidas
Porque hoje se brinda
O dito e o não dito
O expresso e o oculto
Tudo o que se diz
E a força do que não se diz e que se sente
Porque hoje se brinda
A Moliere, a Gil Vicente, a Brecht
A todos os recriadores da vida
Que inconformados com a apatia do finito
Não deixam de rescreve-lo e conta-lo
Porque hoje se brinda
O nervoso miudinho e as superstições
A tudo de nós que se empresta aos personagens
A toda a entrega, tanta entrega, tanto querer
A ousadia de nascer e ir morrendo peça a pós peça.
Porque hoje se brindam
Às plateias cheias
Às gargalhadas e suspiros que deixam de estar amordaçados
Ao prazer que se desmancha em palmas
Aos silêncios cúmplices que dizem tanto
Porque hoje se brinda
ao teatro
aos actores
aos encenadores
ao publico
brindo a todos vocês que no palco
com amizade, engenho e alma...
amam o teatro, amam o sonho
e são corrente desta arte, deste respirar deste sorver
deste saber ser que só se é no palco
Pedro Antunes
27-03-09
nota:
este texto é dedicado às várias gerações de aprendizes de actores que conheci no Tea-to e que me brindaram com a sua amizade, é uma sentida e sincera homenagem dada a alguém que ousa sonhar e ser grande.
bem hajam
Acerca de mim
- milhafre
- Quem sou eu...... as vezes queria ser apenas um escolho atirado aos ventos. outras a minha faceta de louco faz-me querer enveredar por caminhos que desconheço e espanto-me a mim próprio. diria que sou alguém que aspira a ser simples e a quem o corre corre dos dias parece estrangular as vezes deixando as palavras e os sonhos amordaçados na garganta. se um dia me for espero ser lembrado como um bom amigo .
sábado, março 28, 2009
domingo, março 22, 2009
porque hoje a poesia não mora em mim
"Todo mundo então era pérfido, mentiroso e falso? E lágrimas lhe vieram aos olhos, pois choramos sempre a morte das nossas ilusões com a mesma mágoa com que choramos os nossos mortos."
segunda-feira, março 09, 2009
DOI
há algo que doi...
e a dor dilacera...
torna-nos aparentemente vazios...
lança-nos no vácuo...
como se caissemos do ninho ainda sem saber voar...
mas na queda de súbito...
quando já não esperavamos....
quando pareciamos condenados....
abrimos os braços...
dos braços surgem-nos asas..
a pele ferida transforma-se em penas...
e vemos que os céus que davamos a outrem,
os céus mesmos céus que colorimos com o que sentimos...
afinal são nossos...
e descobrimos que merecemos sonha-los por inteiro....
.... sonhar-nos por inteiro....
sonhar até sermos mais que o próprio sonho.
um comentario a um post da fenix santiagra que quis partilhar aqui.
beijo para quem for de beijo, abraço para quem for de abraço...
ou como diz alguem que admiro pela simplificação que dá a todas as coisas
abreijos :-)
e a dor dilacera...
torna-nos aparentemente vazios...
lança-nos no vácuo...
como se caissemos do ninho ainda sem saber voar...
mas na queda de súbito...
quando já não esperavamos....
quando pareciamos condenados....
abrimos os braços...
dos braços surgem-nos asas..
a pele ferida transforma-se em penas...
e vemos que os céus que davamos a outrem,
os céus mesmos céus que colorimos com o que sentimos...
afinal são nossos...
e descobrimos que merecemos sonha-los por inteiro....
.... sonhar-nos por inteiro....
sonhar até sermos mais que o próprio sonho.
um comentario a um post da fenix santiagra que quis partilhar aqui.
beijo para quem for de beijo, abraço para quem for de abraço...
ou como diz alguem que admiro pela simplificação que dá a todas as coisas
abreijos :-)
quinta-feira, março 05, 2009
vento
hoje o vento mergulhou na minha alma, varreu-a por dentro... levou de mim o sopro dos sonhos, deixou-me como um quase nada de lua.. um resticio de nada qualquer que ainda não aconteceu.
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