quinta-feira, junho 22, 2006

Hercule Savinien Cyrano de Bergerac(1619-1655)

E depois, morrer não é nada, é terminar de nascer

In "A Morte de Agripina"




Soldado francês, satírico, e dramaturgo, cuja vida foi a base de muitas lendas românticas mais ou menos exageradas, sendo a mais conhecida delas a peça de Edmond Rostand, Cyrano de Bergerac escrita em 1897.
A maior obra de Bergerac foram dois contos sobre viagens fantásticas publicados após a sua morte : Historie Comique Des États Et Empires De La Lune, (1657) e L'historie Comique Des États Et Empires Du Soleil (1962)
Em 1676 surge uma compilação de trabalhos de Cyrano que incluem o "poem of Mazarin” (1602-61), uma crítica severa ao cardeal Manzarin.
Segundo Arthur C. Clarke, Cyrano deve ser tido como a primeira pessoa a falar de viagens de foguetão no espaço e o inventor dos foguetes.
O Verdadeiro Cyrano de Bergerac tinha em vida, muito pouco em comum com o herói da peça de Rostand. Ele nasceu Paris, e foi educado por um padre na cidade de Bergerac. Mais tarde foi estudar para o colégio de Beauvais.
Depois de se tornar famoso como boémio e lutador de duelos, alistou-se aos 20 anos no exercito. Contudo era individualista e tinha problemas em ajustar-se a disciplina- opunha-se as guerras e à pena de morte.
O seu espírito humanitário foi reconhecido pelos seus contemporâneos e pelas gerações seguintes. Os retratos dele elaborados por Doyen, feitos depois de Heince, mostram um homem especialmente sorridente, com um pequeno bigode e um avantajado nariz.
Cyrano foi ferido gravemente duas vezes, uma durante uma luta com a Guarda Gasconha (fiel a Mazarin e Richelieu e rival dos nossos conhecidos mosqueteiros do Rei), e outra durante a Batalha de Arras em 1640.
Nesta última foi ferido no pescoço com uma espada, nunca tendo recuperado completamente.
No ano seguinte desiste da carreira militar e vai estudar com o matemático e filósofo Pierre Gassendi.
Influenciado pelas teorias e Gassendi e pela filosofia libertina, escreve histórias de viagens imaginárias à lua e ao sol e satiriza a visão da humanidade e da terra como o centro da criação. Opôs-se também à ideia de Descartes de que os animais são criaturas sem alma.
Na sua viagem imaginária à lua Cyrano embarca num aparato mecânico, potenciado por foguetes que classifica como um pássaro por ter sido concebido com duas pernas.
Na sua Segunda viagem é julgado por um tribunal de aves pelos crimes da humanidade. Cyrano defende-se dizendo que não é um ser humano mas um macaco.
Em 1654, Cyrano de Bergerac publica as peças “LA MORT D'AGRIPPINE“ obra que foi acusada de blasfemia, e LE PÉDANT JOUÉ”, na qual Moliere se inspirou, ou plagiou para escrever parte da sua peça “The Cheats of Chapin”, (salvo erro o segundo acto da mesma).
Cyrano de Bergerac morreu em Paris a 28/07/1655, na sequência de ferimentos provocados pela queda de um barrote de uma obra sobre a sua cabeça .

A peça de Rostand “Cyrano de Bergerac” descreve as aventuras de um homem notável do século XVII, famoso pelo seu grande nariz e pelas suas qualidades de espadachim.
Nela Cyrano ama apaixonadamente a bela Roxane, mas apesar disso aceita ajudar Christian, a conquista-la.
Apesar de alguns historiadores considerarem exagerada a faceta heróica que Rostand confere a Cyrano, ele é reconhecido como um grande escritor de romances filosóficos e um amante apaixonado.


Registo Das Obras Principais

La Mort D'agrippine, 1654 - The Death Of Agrippine
Le Pédant Joué, 1654 - The Pedant Imitated
Historie Comique Des États Et Empires De La Lune, 1657 - Selenarchia: The Government Of The World In The Moon / The Comical History Of The States And Empires Of The Moon
L'historie Comique Des États Et Empires Du Soleil, 1662 - Other Worlds: The Comical History Of The States And Empires Of The Sun - (Both Books, Moon And Sun, Trans. By Geoffrey Strachan, 1965)
Œuvres Comiques, Galantes Et Littéraires, 1858
Les Œuvres Libertines, 1921
Lettres D'amour Et Lettres Satiriques, 1932
Œuvres, 1957
Voyage Dans La Lune, 1977
Œuvres Complètes, 1978



Nota :

Esta biografia de Cyrano é resultado de uma pesquisa que fiz, talvez porque há nele algo com que me identifico.
Optei por coloca-la aqui para partilhar com vocês a minha admiração pelo homem notável que foi Cyrano, sobretudo no que respeita à dimensão humana independentemente do enredo fabulástico de Rostand... não que esteja contra Rostand, não que esteja contra a fábula, depois e se é verdade que Cyrano foi um espadachim notável, um filósofo e percursor das viagens espaciais es e é sabido que ele escreveu as cartas de amor que escreveu e é capaz de falar do amor e da vida da forma intensa em que o faz na peça a Morte de Agripina, não faz mal nenhum, nesta era em que os heróis são criados e consumidos em segundos na televisão, não nos faz mal nenhum sonhar que um dia Cyrano amou Roxane, com o mesmo brilho, a mesma essência e a mesma honra que emana do enredo construído por Rostand.

Pela poesia...Pelo amor... além da vida.... bem ajam

2 comentários:

Anónimo disse...

podes não ter o nariz comprido... mas de facto tens muito de cyrano...
e eu sei... pois já fui a tua musa...

Anónimo disse...

Pedro,
Permita-me convidar você e seus leitores ao meu blog, onde o tema é justamente Cyrano.
Leia "O Tao da Lua" e me diga se gostou.
Abraço fraterno do Brasil.
Beto