sexta-feira, junho 16, 2006

amo-te ... silencio

Porque nas horas desertas
de mim... me amparas.
Porque louco me embalas
Nos intervalos das musicas
No estremecer da voz
num vazio qualquer na noite
num madrigal qualquer de dia

Porque que me atiças a alma
No meio de fúrias e calma...
E do nada fazes murmúrios
Poemas feitos de gestos
doces sonhos fonemas
alguns deles poemas
alguns deles canções

Porque é para ti que falo
Em cada final de frase,
em cada dobrar de linha
de um poema qualquer
sonhos que sussurro
as vezes sem dizer
outras vezes dizendo
sem precisar de falar

Porque é a ti que escuto
Quando me sinto perdido
E é contigo que fico
Quando fujo de mim
E és tu quem está comigo
quando me sinto sozinho
e mesmo sabendo-me perdido
permites que volte a ti

porque é a ti que eu beijo
quando nem a pele vejo
e são tens os seios
em que repouso o meu queixo
e são teus os braços
em que embrulho o meu corpo
e es tu quem dorme a meu lado
quando me deito sozinho

Porque é teu o sonho
que molda a minha alma
nas desventuras da mágoas
nas inconstância da vida
no gemer de uma guitarra,
ou num sopro qualquer de vida
frissom da chuva a cair,
vento agreste qualquer
uma vontade de ir
um grito por acontecer

Porque és tu meu ronronar
Meu castigo de viver
Minha lua de algum lugar,
Minha ode por escrever
Meu amor por acontecer
sopro divino dos dias
romance por acabar
prosa sem redondilhas

Porque és tu que me inflamas
E despertas poesias
gaivota etérea de sonhos
pairando no firmamento
uma vela eregida ao vento
na amurada de um veleiro
pelo força de um barqueiro
sequioso de folias

Porque es tu quem vou beijar
Mesmo antes de morrer
tu que és meu ultimo adeus
meu derradeiro suspiro
poemas são os olhos teus
o resto é um desalinho
porque és tudo o que eu canto
todo o meu canto..
tudo o que eu vivo.

Porque és gloria e morte
Sopro fiel,
Boa ou má sorte
Meu triste fel
Sabor a mel
Meu fado, meu canto
Minha lágrima

Amo-te....
Silencio...
amo-te...
... tu

2 comentários:

Anónimo disse...

gostei do texto.. este blog está giro

Anónimo disse...

não foi feita justiça ao teu poema- só um comentário... foi pena.
está lindo. continua