As vezes há dentro de nós
Um querer ir sem rumo
Um não querer ser poema
Um ficarmos sós
Um passo qualquer a cair da linha
Num poço sem fundo
As vezes somos
Bússola sem norte
Heróis despidos dos fatos
Flores de pétalas sem cor
Notas musicais saídas do tom
Braços abertos …sem ter o que abraçar
As vezes somos
Ocasos sem nexo,
nados mortos
Vagabundos da existência
Piratas da abundância
Matadores de sonhos
As vezes somos
Vazios… marasmos…
Perdidos…
sofridos…
Escolhos atirados….
Dos rios da vida
As vezes somos
Náufragos de nós
Sem escutar… o sopro da alma que é a nossa voz…
Sem vermos… o palpitar dos sonhos bem dentro do peito…
Sem lermos…. o turbilhão das letras que mora nos sonhos …
Sem ousar… ir além no mapa.. mais além que o globo
Ir além ….de nós.…
as vezes
despojamo-nos dos sentidos
e somos figurantes de peças perdidas
elos de cristal quebrado
a dar tudo por tudo com o maior afinco…
sem temer morrer no cair do pano
as vezes teimamos…
em não querer sonhar
em não querer sentir
….o aperto no peito
…qualquer coisa renasce em nós
… uma réstia de luz
E não acreditamos
Que é nosso o destino
Que há sonho em nós
Que é hora de zarpar
Que são nossos os pés que trilham os caminhos
Que há um infinito além do olhar…
Por isso hoje este desabar
Por já não querer esconder
Por não temer ver-me derribar
Por não já não querer pensar
Por saber ser acaso além das naus
Buraco sem fundo acordado
Por isso hoje este meu contar
Porque há qualquer coisa a dizer que é hora de partir
Porque é preciso zarpar para não me findar
Porque vos levo a todos nas memórias que guardo no olhar
Sonhos que idealizei e não consegui
Cometas alados a suplicar …Estrelas doces de devir
Porque sei que ainda vou sorrir
Por tudo o que ainda tiver de ser.
Vagabundo saltimbanco por sorrisos
Pirata acrobata com perna de cristal…
Actor louco em busca da ode triunfal
Um nada que se finda e recomeça
Renasce e triunfa num abraço.
Porque sei que onde for Levo comigo
Pedaços de tudo o que já fui,
Lembranças de noites sem dormir
E por maior que seja a dor da ausência
Talvez possa compreender que afinal me achei
nos momentos em que me perdi e em vão me dei
5 comentários:
às vezes deixamos morrer os sonhos...
mas é dentro de nós que está a força para recomeçar.
Bjos
Lindo, como sempre, Amigo.
Um beijo de saudade enorme...e mil sorrisos sempre.
(Hoje estou a iniciar-me por aqui :))
Muito bom! *
Muitos parabéns ao amigo que serà sempre lembrado e que não quero amordaçado!! Beijinhos Pedro, até breve!
o anonimo sou eu, Pedro, a Catarina!! beijocas
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