terça-feira, fevereiro 19, 2008

eu poema

Se eu hoje fosse
poema de mim próprio
seria um astro louco
um navegante sem porto

seria etereo vinho
nuns labios quaisquer
beata de cigarro
atiçada pelos ventos

se hoje eu fosse poema
o amor seria estrela
gravada no meu peito
como vulgar seta

e teu nome fonema
que numa inspiração
se fez ode..
e me fez profeta

e cada traço do teu rosto
seria guia
mapa do tesouro
dos meus sonhos

pudesse eu ser doce flor
bailar no teu sorriso
e aprender como as crianças
a inventar o amanhã

e cada pedaço de pele
que escrevo letra a letra
mais do que um poema seria grito
mais do que sopro encanto

e todo eu...todo o meu canto
seriam aves em bando a voar
na formação de um coração
para pertinho de ti.

2 comentários:

Silvia Madureira disse...

Pedro:

Tu descreves-te muito bem o que se sente quando se ama...

O que posso ler é um amor pleno de inocência, pleno de ternura, pleno de dedicação e pleno de amizade.

Saliento a frase "pertinho de ti"...é isso que sentimos quando se ama, é isso que pretendemos...e se não for mais em pensamentos...sempre...

Não comento mais, porque qualquer palavra que acrescente penso que elimina a ternura com a qual o poema foi escrito.

Sê feliz, vivendo a vida na sua plena essência

beijo amigo de uma amiga

SILÊNCIO CULPADO disse...

É bom falar de amor, do amor representado, imaginado, aquele amor que nos redime por não ser real.

Ao descer à terra encontro pessoas que sofrem o amor sofrido, vencido pela ausência, testado num quotidiano onde nem sempre o sonho tem lugar.

Um abraço