Pedro Alpiarça
(1958 - Lisboa, 20 de Setembro de 2007)
Inicia-se no teatro universitário da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, em cujo grupo teatral começa a trabalhar, entre 1984 e 1990. Integra o Teatro A Barraca (1989-1994) sob a direcção de Hélder Costa, em peças como Liberdade em Bremen de Rainer Werner Fassbinder, O Avarento de Moliére, Floresta de Enganos de Gil Vicente ou A Cantora Careca de Ionesco e com Maria do Céu Guerra em O Último Baile do Império de Josué Montello, entre outros. Passou ainda pelas companhias O Nariz - Teatro de Grupo e com o núcleo do Teatro da Veredas que em 1995 viria a dar origem ao Teatroesfera participou nos espectáculos As Histórias da Flauta (1993), O Erro Humano (1999), Abril (reposição em 2000) e O Sangue (espectáculo que inaugurou o Espaço Teatroesfera no ano 2000).
É co-fundador do Teatro Mínimo (2002), onde tem desenvolvido trabalho juntamente com José Boavida.
Foi actor regular na televisão, integrando o elenco de variadas séries e sitcoms. Em 1993 participou em Ideias com História, dois anos depois entrou em Nico D'Obra, série com Nicolau Breyner. A partir de 1998, começou a entrar em formatos mais cómicos. Participou em Os Malucos do Riso, nesse ano; em 1999 entrou em Não És Homem Não És Nada, seguindo-se em 2001 a Fábrica das Anedotas. Mais recentemente, fez algumas participações na série Os Batanetes, da TVI, na Maré Alta (SIC) e n' Prédio do Vasco. O seu último trabalho na TV foi em Vingança, onde teve um pequeno papel.
Faleceu a 20 de Setembro de 2007, não importa como...
O QUE IMPORTA É A AUSÊNCIA
Porque os palcos de Leiria, do país, do mundo e da vida ficaram mais pobres...
Talvez porque a arte às vezes chama o vazio e é difícil aparta-lo cá dentro...
Porque vou...
vamos ter saudades...
- Dessa postura que parecia desconexa sem o ser...
- Desse ar que parecia as vezes distante... as vezes próximo...
- Dessa presença discreta que despontava depois nos palcos...
- Dessa capacidade com que através da tuas personagens no “somos todos de outro lado qualquer”, no “kansera” e em muitas outras peças que vi ao vivo, mostraste o contraponto entre a fragilidade da razão humana e a beleza das pequenas coisas simples.
Na esperança de que os palcos do céu ( .. do ar... ou seja lá o que for que é a última morada dos artistas) brilhem para ti e as multidões te aplaudam de pé ...
Porque os actores não morrem ....
3 comentários:
... :((
um beijo para ti
Não te esqueças que tens um desafio para ti no meu blog. Não fujas...
Virei com mais calma ler este texto e deixarei aqui o comentário.
Beijo
Pedro Alpiarça!
Os artistas às vezes representam tantas personagens mas a personagem que mais têm dificuldade de representar é a deles...às vezes fazem rir, chorar...mas tudo isto pode imergir do vazio interior que sentem. Quantas vezes eu faço rir quando estou no meio de vinte adolescentes e depois de uma hora com eles sinto o vazio, a tristeza e a solidão...Um artista é um ser como outro qualquer...se faz de palhaço não significa que vive no país das maravilhas e o desemprego afecta o comum dos mortais...
Que tenhas sempre um palco no céu e que possas completar aí onde estás, o que ficou por encenar!
O meu sentido silêncio por Ti!
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