quinta-feira, abril 26, 2007

Sexo

Viver o corpo...
sobre um corpo
A pele ...
sobre a pele
viver o gesto...
Gesto após gesto
Beijo após beijo
As mãos ...
sobre as mãos
Coração...
sobre coração
Respirar...
sob respirar.
Viver o corpo
A nudez do corpo
despir a alma
dar o nosso corpo
receber um corpo...
deixarem de ser...
dois corpos
renascerem...
dois corpos
corporalizar o turbilhão
que vai dentro da alma
materializar os sentimentos
...pelos gestos
gestos após gestos
tornar-me raiz...
ser raiz...
a face visível do amor
ou o lado de cá da lua..
uma metade da maça
que sem o sentir...
perde sentido
a essência...
parte desta essência
que é a vida

segunda-feira, abril 23, 2007

seis graus... a verdade para lá da série

SEIS GRAUS ... a verdade para lá da série...

Num blog voltado para o sonho e para a poesia, tem concerteza lugar uma referencia à série “Seis Graus” que estreou esta semana no AXN e que foi produzida entre outras pessoas por J. J. Abrams, que também produziu as reputadas séries “A Vingadora» e «Perdidos»
Esta série alicerçada na história de seis pessoas de Nova Iorque, muito diferentes entre sí, que vivem as suas próprias vidas, aparentemente sem ligação comum, mas que sem darem conta disso, exercem contudo um impacto nas vidas de outros numa misteriosa cadeia de coincidências que vai aproximá-las, mudando o rumo das suas existências para sempre.

Sumariamente os personagens desta teia são:
Laura (Hope Davis) - uma mãe solteira que lamenta a perda do companheiro, que morre durante uma reportagem na guerra do Iraque.
Whitney (Bridget Moynahan), uma executiva publicitária bem sucedida e segura de si que acredita estar a ser enganada pelo namorado.
Steven (Campbell Scott), um fotógrafo artístico que no passado foi genial mas que após problemas relacionados com o consumo de drogas acredita ter perdido o talento e anseia por uma nova oportunidade.
Damian (Dorian Missick), um homem que não pode escapar ao passado criminoso do irmão e que vive o conflito entre os laços de sangue e a justiça.
Mae (Erika Christensen), uma jovem bela, livre e extrovertida, mas com um passado perigoso que tenta ocultar a qualquer custo.
Carlos (Jay Hernandez), um responsável e honesto funcionário do tribunal de Nova Iorque, perdidamente apaixonado, mas que não sabe onde o pode levar esse sentimento.

Esta série, feita de retratos do quotidiano, que se sucedem sem grandes forsings choca pela simplicidade e pela mensagem que transmite, fazendo-nos recordar que independentemente do rumo que levem as nossas vidas o amor, o êxito, a paz ou o perdão podem estar ao virar de cada esquina, mas também se podem perder num milésimo de segundo.

Se fosse uma mera ficção a série valeria por ela própria só por isso, mas pasmem-se... esta teoria tem uma raiz científica. Com efeito apartir de um estudo realizado por Milgram (MILGRAM, S. The small word problem. Psychology. Today 2, 60-67, 1967), chegou-se à conclusão que no mundo, são necessários no máximo seis laços de amizade para que duas pessoas quaisquer estejam ligadas.

Neste estudo, feito nos Estados Unidos, procurou-se, através do envio de cartas, identificar o números de laços de conhecimento pessoal existente entre duas pessoas quaisquer. Cada pessoa recebia uma carta identificando a pessoa alvo e deveria enviar uma nova carta para a pessoa identificada, caso a conhecesse, ou para uma pessoa qualquer da sua relação que tivesse maior possibilidade de conhecer a pessoa alvo. Esta, ao receber a carta, deveria enviar uma carta para os responsáveis pelo estudo.

A popularidade da crença no facto de que o número máximo de passos entre duas pessoas é 6 (seis) gerou, em 1990, uma peça de nome "Six Degrees of Separation", de John Guare, bem como um filme com o mesmo nome.

Um exemplo interessante deste estudo pode encontrado num jogo para a Internet denominado Oráculo de Bacon (The Oracle of Bacon).
O jogo, criado por Brett Tjaden, um cientista da computação da Universidade de Virgínia, e mantido, actualmente, por Patrick Reynolds mostra como o actor Kevin Bacon, se relaciona com os demais artistas, sejam de filmes americanos ou não.
Para exemplificar, a actriz Fernanda Montenegro tem um número Bacon 3, obtido da seguinte forma: ela actuou em Joana Francesa (1973) com Jeanne Moreau; esta actuou com Eli Wallach em The Victors (1963) e, finalmente, este actuou com Kevin Bacon em Mystic River (2003). Já Carmem Miranda tem um número de Bacon de 2 e Mazzaropi, 3. Pode-se, também calcular a distância geodésica entre quaisquer pares de actores. Assim entre Fernanda Montenegro e Carmem Miranda, a distância é de 2 porque Fernanda Montenegro actuou em Mãos Sangrentas (1955) com Heloísa Helena, que por sua vez actuou em Aló Aló Carnaval (1936) com Carmem Miranda.

Pessoalmente vivi já acontecimentos bastante curiosos que exemplificam esta possibilidade, sendo o mais recente o facto de sem conhecer uma ou outra previamente e sem saber que elas tinham um passado comum ser ao mesmo tempo amigo da Mónica, que conheço das andanças deste blog e que mora para os lados de Moimenta e da Raquel, sócia do meu bar favorito, “o Neckob” e que conheci o ano passado nos momentos em que um chá mil e uma noites e dois bons dedos de conversa nos transportam para a essência do deserto.... e o giro é que elas não se viam há muito tempo e chegamos à conclusão que tinhamos esta amizade em comum numa simples conversa sobre um comentário ao meu blog,

Curioso não é... esta teoria abre-nos infinitas possibilidades em todos os domínios, mesmo no amor, até porque e deixando-nos levar pela imaginação sendo certo que todos temos por hipótese “uma cara metade” existirá já alguém das nossas relações que a conhece, ou que conhece alguém que a conhece... por isso... sorriso nos lábios e toca a inventar o sonho. A felicidade está ao virar da esquina... e já agora quando a encontrarem... agarrem-se a ela com unhas e dentes...

Bem ajam...

quinta-feira, abril 19, 2007

para ti... sopro do vento

Onde paras tu sopro do vento
Que furacão te levou para longe daqui
Terá sido dor.. terá sido saudade...
Terás tu ficado tão cansada de mim
Será que não sentes falta dos meus olhos
Dos meus dias....
Será que não te faltam as poesias..
Tudo o que eu fiz... embora mal
Foi tentar erguer o sonho a tua volta
Foi tentar fazer-te ave e brisa...
A minha brisa calma
Foi querer dar-te a minha alma
querer-te minha... só minha

Hoje sei...
Que foi errado tenta-lo...
E não, nunca te quis domar...
Não te quis despojar do horizonte,
Não quis privar-te de voar
Como andorinha atormentada
Nem que fosses vela acesa,
Fechada num copo de cristal
Mas o medo de te perder era grande..
Tão grande... Como grande
Era a vontade de me dar

E eu não reparei a tempo
Que a melhor forma de te ter comigo
Era dar-te tempo... dar-te espaço...
Era abrir as janelas e portas
da minha alma
E deixa-las escancaradas
para que entrasses...
Era permanecer de olhos fechados
E braços abertos ...
Para que me afagasses
quando quisesses...
....se quisesses

Era deixar-te vir livre...
Sentir-te livre e intensa...
Como só tu sabes ser...
Sim sei que me avisas-te...
Que não és a primeira ...a passar por isto..
Cometo o mesmo erro vez após vez.
Sim sei que isto acontece sempre
Já diz lenda que pardal aprisionado
é pardal morto...
que quando se tocam as asas
de uma borboleta ...
ela deixa de poder voar...

Mas eu só quis ser teu
Mas eu só quis sonhar
Traz-me essa luz
Que mora no teu olhar
Regressa sopro do vento
Da-me o teu rebelde amar
Mora no meu pensamento
Já me sinto a derribar
Volta sopro do vento
Entende o meu cantar....
Baila sopro do vento
Dentro do meu sonhar

domingo, abril 08, 2007

inconstancia...

"... acima de tudo nao quero um dia perceber que o tanto que senti de ti se perdeu no tempo... sentir que me dei em vão... que nao brotou nada do excerto que ficou da minha alma na arvore dos teus braços... na essencia da tua luz... na inconstancia de ter a tua derme sobre a minha ...
acima de tudo não quero... porque ainda não consigo... mas talvez venha a conseguir... perceber que nos tornámos estranhos de tanto nos conhecer e que poderei embora não o admita agora... recomeçar de novo e ser feliz"


Um texto que escrevi num comment do blog da Ana... porque a inconstancia as vezes tem destas coisas


termino com um poema de Florbela Espanca...

porque há tanto que sinto e não sei dizer

Aqueles que me tem muito amor
Nao sabem o que sinto e o que sou...
Nao sabem que passou, um dia, a Dor
A minha porta e, nesse dia, entrou.
E desde entao que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os passos de Dor, essa cadencia
Que é ja tortura infinda, que é demencia!
Que é ja vontade doida de gritar!
e é sempre a mesma magoa, o mesmo tedio,
A mesma angustia funda, sem remedio,
Andando atras de mim, sem me largar!

Florbela Espanca

terça-feira, abril 03, 2007

os poetas...

onde para o sonho...
o grito... o gesto.....
a poesia faz-se do sentir
não da razão
um poeta escreve o sofrimento
que derrama dia a dia
canta a esperança
para esquecer a desesperança
a dor para vencer a dor....
o gesto ... para recordar...
os gestos que deixou de dar
o beijo... para se lembrar
que há um principio ou um fim
que podem ser um fim...
ou um principio de tudo.
restolho e raiz....
apatia e essência...
uma lagrima....
canta a lagrima...
porque sabe tal como a água ...
a agua que lhe corre dos olhos
a mesma água que teima
em fugir-lhe entre os dedos
é impossível conter o sonho


eu