quarta-feira, setembro 27, 2006

uma flor... para ti



Hoje deixo-te apenas uma flor....
porque achei que as palavras não conseguiam expressar o que queria dizer, porque elas são demasiado pequenas para agradecer pela luz que dás aos dias.
acima de tudo porque há coisas que são demasiado belas para serem escritas.
beijo meigo.
Espero que gostes .

muita força linda

bejo

terça-feira, setembro 26, 2006

Outra vez para ti

"
No Rancho fundo


No rancho fundo
Bem pra lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade
Contam coisas da cidade...

No rancho fundo
De olhar triste e profundo
Um moreno conta as "mágoas"
Tendo os olhos rasos d'água

Pobre moreno
Que de noite no sereno
Espera a lua no terreiro
Tendo o cigarro por companheiro
Sem um aceno
Ele pega na viola
E a lua por esmola
Vem pro quintal desse moreno

No rancho fundo
Bem pra lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria
Nem de noite nem de dia

Os arvoredos
Já não contam mais segredos
E a última palmeira
Já morreu na cordilheira

Os passarinhos
Internaram-se nos ninhos
De tão triste esta tristeza
Enche de trevas a natureza

Tudo por que?
Só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno
Para uma casa de sapê
Se Deus soubesse
Da tristeza lá serra
Mandaria lá pra cima
Todo o amor que há na terra

Porque o moreno
Vive louco de saudade
Só por causa do veneno
Das mulheres da cidade

Ele que era
O cantor da primavera
Que até fez do rancho fundo
O céu maior que tem no mundo

Se uma flor desabrocha
E o sol queima
A montanha vai gelando
Lembra o cheiro da morena
"

Ari Barroso, versão cantada por Citãozinho e Chororo



Porque depois de falar contigo ficou a morar em mim uma saudade imensa, uma vontade infinita de te ver e de te abraçar.
Porque há muito de nós no moreno e todos nós já sentimos a tristeza de morar no rancho fundo rodeados pela saudade.
é muito bom saber que és lua companheira.
força linda, está quase, torço por ti.

beijo meigo e terno

domingo, setembro 24, 2006

Para ti...

Porque ando sem inspiração, ou talvez porque ando tão inspirado que não consigo soltar-me no papel...
Resolvi deixar um texto de Al Berto, talvez por saber que adoras este poeta, mas sobretudo porque este poema tem algo do tanto que eu sinto e não sei escrever.
Sabes... está a doer-me muito o fim de verão.
Beijo profundo como o mar, aquele universo hidrico feito das lágrimas que verto por não te ver.
Boa semana .
Gosto muito de ti.

Escrevo-te a sentir
escrevo-te a sentir tudo isto
e num instante de maior lucidez poderia ser o rio
as cabras escondendo o delicado tilintar dos guizos
nos sais de prata da fotografia
poderia erguer-me como o castanheiro
dos contos sussurrados junto ao fogo
e deambular trémulo com as aves
ou acompanhar a sulfúrica borboleta
revelando-se na saliva do lábios
poderia imitar aquele pastor
ou confundir-me com o sonho de cidade
que a pouco e pouco morde a sua imobilidade
habito neste país de água por engano
são-me necessárias imagens radiografias de ossos rostos desfocados
mãos sobre corpos impressos no papel e nos espelhos
repara nada mais possuo a não ser este recado
que hoje segue manchado de finos bagos de romã
repara como o coração de papel amareleceu no esquecimento de te amar

Al berto in «Trabalhos do Olhar», 1976/82: Filmagens, 1980/81

quarta-feira, setembro 20, 2006

a vida....

" Quando tudo corre mal...
Quando o mundo parece ter acabado,
Quando o céu escurece,
Quando o nó na garganta nao se desfaz,
Quando as lágrimas nao param de cair...
Pensa que estás vivo,
E a vida, não é um ponto final,
Mas sim, reticências."

Monica Mendes



Porque achei que de repente este comentário da Mónica Mendes ao meu post "cansaço" merecia honras de primeira página :)

Porque pensei que este texto vos pudesse ajudar a tornar o dia mais positivo.

Porque tenho imensas saudades vossas.

acima de tudo porque GOSTEI e como GOSTO MUITO DE VOCÉS achei que era bom partilha-lo convosco.


afinal os blogs só tem sentido porque nos damos.

bom dia

domingo, setembro 10, 2006

o Bushido.. ou a via do guerreiro

Numa altura em que me sinto algo desenraizado, como se não pertencesse a este tempo, como se não fosse possivel encontrar nas formas actuais de pensar, sentir e agir um porto de abrigo. Sobretudo porque nos nossos dias somos atacados pela hipocrisia, pela desonra, pela falta de confiança, procurei algumas informações sobre aquele que considero um dos mais importantes códigos de conduta da nossa História, o código Bushido (Bushi Do) ou " A via do Guerreiro.
Este código é acima de tudo um código de principios morais e éticos que no japão ancestral pautavam a conduta dos samurais.

Os seus preceitos são:


GI - Justiça e Moralidade Atitude directa, razão correcta, decidir sem hesitar;
YU - Coragem, Bravura heróica;
JIN - Compaixão Benevolência, simpatia, amor incondicional para com a humanidade;
REI - Polidez e Cortesia, Amabilidade;
MAKOTO - Sinceridade Veracidade total, nunca mentir;
MEIYO - Honra Glória;
CHUGO - Dever e Lealdade Devoção, Lealdade
Levados por estes preceitos os Samurais ( ou bushi ) conseguiram fama pela sua honra, bravura, técnicas marciais, e por evidenciarem um imenso desapego pelas coisas materias e pela própria vida terrena, demonstrando mesmo terem um espírito inabalável diante da morte.
Este desapego é aliás notório no credo samurai que passo a transcrever.

Eu não tenho pais, faço do céu e da terra meus pais.
Eu não tenho casa, faço do mundo minha casa.
Eu não tenho poder divino, faço da honestidade meu poder divino.
Eu não tenho pretensões, faço da minha disciplina minha pretensão.
Eu não tenho poderes mágicos, faço da personalidade meus poderes mágicos.
Eu não tenho vida ou morte, faço das duas uma, tenho vida e morte.
Eu não tenho visão, faço da luz do trovão a minha visão.
Eu não tenho audição, faço da sensibilidade meus ouvidos.
Eu não tenho língua, faço da prontidão minha língua.
Eu não tenho leis, faço da auto-defesa minha lei.
Eu não tenho estratégia, faço do direito de matar e do direito de salvar vidas minha estratégia.
Eu não tenho projetos, faço do apego às oportunidades meus projectos.
Eu não tenho princípios, faço da adaptação a todas as circunstâncias meu princípio.
Eu não tenho táticas, faço da escassez e da abundância minha tática.
Eu não tenho talentos, faço da minha imaginação meus talentos.
Eu não tenho amigos, faço da minha mente minha única amiga.
Eu não tenho inimigos, faço do descuido meu inimigo.
Eu não tenho armadura, faço da benevolência minha armadura.
Eu não tenho castelo, faço do caráter meu castelo.
Eu não tenho espada, faço da perseverança minha espada.
Quem sabe se inspirados neste código nos poderemos tornar melhores pessoas.
Eu estou aberto a descobrir.
bem ajam

quinta-feira, setembro 07, 2006

Adeus férias....


Pois é as férias são agora uma miragem... Agosto parece ter definitivamente terminado...
Recomeça a rotina... o cumprimento de horários... a prisão do relógio.
Os amigos começam a ter de ir para Universidade.... deixa-se de repente de ter companhia para beber café e quando damos conta já nem as pessoas que nos serviam esse café ou aquele chá são as mesmas...
Chiça... até dói... parece que há qualquer coisa que remói cá dentro... bem nas entranhas da alma e do ser.
Quero areia debaixo dos pés... quero de volta os dias de férias em que não tive planos e que não soube aproveitar... quero os dias em que não fiquei na praia porque o tempo esteve nublado... porque estava frio.
No final das férias percebi que a praia mão estava assim tão agreste e que o calor humano das pessoas compensava tudo.
Pena é que estas férias a gosto ou a contra gosto... ainda não sei... tenha dado uma de solitário...
Acreditem passei muito tempo sozinho, com excepção das idas à praia com a minha grande mãe, o meu irmão e a Ana pequenina, do grande dia que passei com os meus bons amigos Bruno e Ines e em que corremos quase as praias todas do distrito, do especial passeio nocturno na mata de São Pedro, com o privilegio da companhia sempre especial da Diana, do Énio, da Ines e do Bruno, das saídas para tomar café com a Marilia, o Filipe e a Diana Rolo sem esquecer a grande honra e o grande desafio que foi para mim, (eu que sou um inculto no volei, pelo menos pensava que era) ajudar a minha grande amiga Marilia, a Vanessa, a Susana e o Ramalho a organizar o 2.º torneio de voleibol do Académico.
É verdade que os dias do torneio foram muito ocupados, sempre de um lado para o outro, a deitar-me às tantas da madrugada e a levantar-me antes do nascer do sol... mas no entanto foram momentos espectaculares, cheios de companheirismo e de espirito de equipa, de amizade e de capacidade de cooperação, patentes não só entre os organizadores, mas também entre os vários jogadores e entre jogadores e organização.
Adorei... posso dizer que foi um torneio genial e super disputado, com jogos super renhidos, sem nunca faltar um tempinho para o convívio e para a boa disposição.
Fiquei fã do volei de praia e acreditem se a organização me aceitar como colaborador para o ano (please... aceitem) lá estarei outra vez disposto a estar com vocês.
Antes de terminar quero agradecer não só as pessoas que estiveram comigo na organização, à Rita que acampou connosco e alegrou os dias com a sua simpatia, ao Filipe que me honrou com a possibilidade de ver o logo da grande revista dele nas T- Shirts, mas também ao Guto, ao TP, à Rita Carmim, à Beta Simões, à Fininha, ao Bruno e todos os outros jogadores, público e árbitros por me terem mostrado a magia do volei mas sobretudo por, com a sua presença terem alegrado os meus últimos dias de férias.
Aproveito ainda a oportunidade de agradecer ao meu amigo Bruno pelo companheiro que tem sido e para deixar um beijo cheio de carinho, amizade e solidariedade para a Diana e a Ines.
Que na vida possam haver sempre momentos mágicos como o que surge retractado na imagem em que o Gutto (que aliás forneceu amavelmente a “plingrafia” parece voar ..
Possa eu disputar todas as coisa como vocês disputavam as bolas.Bem ajam a todos.

quarta-feira, setembro 06, 2006

cansaço....

Hoje pela primeira vez desde há muito tempo acordei cansado de mim mesmo.
Cansado da traição do meu corpo que já não aguenta o cansaço, das minhas pernas que arquejam as vezes em esforço... da minha cabeça que lateja se não durmo....
Cansado de construir sonhos no deserto e de os ver perder no vento e nas areias, de ver formar sonhos vãos sem alicerces.
Cansado de amar sem ser amado, de querer quem não me quer, de ser ave e não voar.
Cansado de sentir que sou para os outros porto de abrigo, sabendo que não consigo abrigar-me a mim próprio...
Cansado de ficar e ver partir...
Hoje estou simplesmente farto de tudo.... da hipocrisia de quem julga sem ser julgado, da blasfémia, da frigidez deste estado paralisado que é Portugal.... da Frigidez da cultura que não nos ensina a sentir e que nos torna cada vez mais escravos das vontades in... modas in... sonhos out.
Estou cansado... de vestir a mascara ridícula que envergo dia a dia, como se ainda continuasse a acreditar.