quinta-feira, dezembro 29, 2005

e se de repente...

me apetecer organizar um jantar do blog.
simplesmente porque me apetece estar convosco, partilhar com todos vocês o sorriso que sei que têm,que sei que tenho, mas que alguns de vocês nunca viram pois ainda não se conhecem entre sí pessoalmente, apesar de já se irem conhecendo, por partilharem pedacinhos neste bosque feito de palavras.
Aceitam-se sugestões, tinha pensado faze-lo no pátio das cantigas ou no dolcevita num sábado à noite, visto que alguns de vocês estudam fora de leiria .
Acho que irá ser um momento giro.
que acham da ideia???

terça-feira, dezembro 27, 2005

DESABAFO

Olho-me ao espelho e as vezes não me vejo...
Os meus olhos as vezes perecem ter perdido o seu fulgor como se o glocoma de que sofro fosse um perder de brilho, um perder de luz, um perder de alma.
O meu cabelo que antes era encaracolado e farto agora é escasso e no que ficou da testa calva começa a aparecer donde a o branco neve dos anos.
As minhas mãos que antes temiam largar a areia do tempo e se apertavam no vazio, hoje já se conformaram com o facto de estarem sempre a perder, sempre a ver partir e eu já quase me entretenho com o passar da vida, com esse dedilhar do pó por entre os dedos.
Hoje olho aquilo que escrevi, pedaços do que fui, do que me dei, do que senti, restícios das vezes em que amei e não disse e, mais do que a angustia de não o ter dito sentia, vivo sobretudo a tortura de já não ter a pureza de quem ama alguém como o fiz da primeira vez, de não conseguir beijar da mesma forma inocente com que dei o primeiro beijo, de não conseguir escrever da mesma forma pura como escrevia outrora, de não conseguir sentir como senti da primeira vez.
Hoje habituei-me a estar aqui e não estar aqui ao mesmo tempo, habituei-me a este olhar distante, perdido, habituei-me a não sentir, a não gritar, a não chorar a não sofrer, não porque não sofra, mas porque os anos nos dão uma anestesia especial, quase viril.
Hoje olho as pessoas que amei e a quem não disse que o fazia não como a querer te-las de volta para mim, mas como mulheres que são, empenhadas nos cursos que tem, no trabalho que fazem, nos filhos que criaram e já não consigo sentir que as perdi, mas apenas que a paternidade, o amor e quem sabe o sonho são projectos talvez para um amanha que pode não acontecer.
Hoje vejo o meus irmãos, e os meus amigos a namorar e a serem felizes nessa batalha incerta que é a vida e pergunto-me qual a minha definição do conceito do próprio sentimento , sem me atrever a dizer que me arrependo de buscar o sonho onde as vezes ele não está.
Hoje como sempre vejo a minha casa sobretudo como uma jaula, uma gaiola, uma grilheta em forma de prestação mensal que me impede de mudar de rumo, mudar de vida, mudar de país.
Hoje vejo a natal pelas prendas e carinhos que dei aos outros mas confesso gostava de ser um bebé, uma criança para estar delirante com os brinquedos, os legos, os lápis de cor, os puzzles..aquele livro,. quem será que pensa que um biblot lá para a casinha, uma peça de roupa ou um perfume nos fazem sonhar .
Hoje só sei sentir este cansaço, aquele cansaço que está entranhado em mim e que se prolonga além das férias, além dos fins de semana, como se o coração aperta-se.
Hoje sei que há muito do que sinto que perdi a forma de dizer, muitas palavras que deixei de saber exprimir, sonhos que deixei de sentir, lutas que deixei de querer travar.
Hoje apesar de tudo isto... porque o silencio ainda doi digo-vos acima de tudo que vos adoro e que é bom ver-vos neste espaço, nesta dimensão qualquer transcendental em que ainda sou.
BEM AJAM AMIGOS

sábado, dezembro 24, 2005

Bom natal amigos


Com este post quero apenas desejar-vos uma noite de natal cheia de tudo de bom e um hiper ano de 2006 .
Adoro-vos amigos

quarta-feira, dezembro 21, 2005

BOAS FESTAS AMIGOS

Amigos
Este é provavelmente o último post que escrevo antes do natal.
Nos próximos dias é tempo para estar com a família, estar pessoalmente com vocês, tentar conhecer alguns de vocês que ainda não tive o prazer de ver pessoalmente.
Nos próximos dias é tempo de me deixar ronronar como os gatos, de saborear o cantinho da lareira, de deixar as teclas e quem sabe usar o moleskine e a caneta que me ofereceram nos anos e passar a fazer festinhas no papel.
Nos próximos dias é tempo de fazer sonhar alguém que nunca vi e quem sabe nunca verei com uma prendinha só porque numa loja ouvi alguém dizer que o miúdo x da rua xpto este ano, como a vida está má, não iria receber qualquer prenda no natal... e acreditem nem sequer vou querer estar lá para ver os seus olhos brilhar, pois essa luz é algo que só a ele pertence.
Nos próximos dias é tempo de fazer como sempre faço e oferecer um café quentinho ao meu amigo indiano vendedor de flores e sentir-me reconfortado por isso.
Nos próximos dias é acima de tudo tempo de vos dizer a todos, amigos ou família, pessoalmente, por telefone ou sms, que amo estar com vocês e que vocês são muito importantes na minha vida, nos meus dias.
Mas nos próximos dias é também tempo de fazer o backup ao ano de 2005, de avaliar o que está bom e mau em mim, por forma a assegurar que estarei melhor no ano que há-de vir.
Porque essa necessidade de Backup me fez pensar num texto de Eduardo Prado Coelho que li no Público chamado Construir um país achei que o devia partilhar convosco.


«...
Precisa-se de matéria prima para construir um País
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais o que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito.
Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos.
Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros. Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem económica. Onde nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar a alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser "compradas", sem se fazer qualquer exame.
Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar-lhe o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta.
Como "matéria prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa "CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA" congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são portugueses como nós,ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte... Fico triste. Porque, ainda que Sócrates fosse embora hoje mesmo, o próximo que o suceder terá que continuar trabalhandocom a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, e nem serve Sócrates, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados!
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro...
Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a nos acontecer: desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.
E você, o que pensa?.... MEDITE!...»


Sei que se depender de vocês 2006 será grande .
BOAS FESTAS

domingo, dezembro 18, 2005

eu


Amigos...
este é o meu primeiro post desde que vim de férias.
Na Suiça cimentei a ideia de que a partilha de sentimentos e sonhos é o que nos move e experimentei aquilo a que posso chamar a solidariedade luzitana além fronteiras. é giro como o longe parece de repente tão perto .
Adorei a forma como eu e a minha grande amiga Sonia fomos recebidos pela família dela, adorei a simpatia que todos mostraram, adorei conhecer o Micael, o Marco o Hugo e o Filipe, adorei a hospitalidade e simpatia da Aida, do Luis, da Bela e dos pais do Filipe... e sobretudo adorei estar com a Sónia mais do que os trinta minutos da praxe (ela percebe) e a forma como ela e a familia dela se mantém unidos apesar dos quilómetros.
Amei saber que mesmo comigo fora alguns de vocés continuaram a vir aqui e a deixar o vosso testemunho, amei o facto de alguns de vocés terem mandado sms e mantido o contacto...
precisava que soubessem que vos estou grato por isso e pela honra que é conhecer-vos.
Quanto a viagem quero dizer-vos que descansei muito, que o branco da neve é algo imperdível, algo que nos limpa a alma e acende a vontade de sonhar, e que Genebra é algo mágico, uma cidade cheia de histórias encantos e recantos.
sinto-me limpo e rejuvenescido e agora que o estou vão ver que vão nascer novos poemas e novos sonhos para contar.
bem ajam amigos

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Porque

Porque esta noite não me apetece sequer ver televisão.
Porque a mãe terra jaz esquecida e moribunda
e se revolta em furacões, sismos, cheias convulsões
mas Quioto e o Rio são acordos que não passam do papel

Porque no Paquistão ou em Darfur faz frio ou neva,
e não chega ajuda que dê tecto aquelas gentes
mas os grandes EUA investiram milhões
só na propaganda das ultimas eleições

Porque este natal há um anuncio que passa na tv
que te diz que tens de ter um mazzerrati, aquele relógio,
o computador X.P.T.O, ou outros gadjets
mas não há nenhum que te ensine a ser

Porque te dizem como ter um toque sex-appeal
mas ninguém te ensina a perceber
que há crianças que no natal
não vão ter pão sequer para receber

Porque os sonhos das crianças do Iraque
são acordados por militares de uma tal coligação
em que os senhores do mundo subsistem
a dizer que são senhores do que existe

Porque o mister Bush insiste em desenhar eixos no nada
fomentando divisões, duras alucinações de um país
que sem armas não tem passado para viver
...histórias para contar ....

Porque a Europa é uma desilusão
e só a economia ilustra e deslustra a coesão
e o saber ser das nações vai sendo suplantado
por tratados gerais estéreis de significado

Porque te dizem que para triunfares
deves esquecer o teu passado
para seres um hippie in, boy in,
cidadão made in CE plastificado

Porque cá dentro do país...tudo na mesma
Até a lesma coitada já se cansou de ser comparada a situação
e o cavaco e o soares dizem ser salvadores pródigos da nação
mas não percebem nada das dores que temos dia a dia

Porque seja qual for o “dom sebastião”
o desemprego continua a aumentar
e a esperança, essa coitada, diminui
à medida que aumenta atrozmente a inflação

Porque só somos os campeões europeus
no contagio pela sida, no analfabetismo
na violência doméstica e noutras coisas tais
e estamos cada vez mais perto da cauda da Europa

Porque para os média e alguns políticos o que importa
é que o Benfica o Sporting, ou o Porto
vençam o manchester, ou o inter de milão
Assim o povinho continua sem pensar na revolução

Porque na minha cidade há lojas e lojas
Shooping centers, discotecas e fun centers
Macdonnals, continente... está tudo cá
mas cultura é cada vez mais uma miragem

Porque todos os dias há mais um
que busca no pó, na “branca” uma alegria
E se esquece das alegrias que já moraram
no seu sorriso, no seu olhar

Porque dentro de mim há tudo isto
uma dor que se alimenta
letalmente como que um quisto
eu vou todos os dias morrendo no papel

Porque com isto, por tudo isto sei que sou louco
mas enquanto escrevo, nasço, renasço e morro
corroo-me, sofro mas não desisto
e insisto, não me conformo

sábado, dezembro 03, 2005

Em busca de uma lua qualquer


Porque hoje apenas me apetecia ser livre e voar até a lua até um universo qualquer sem palavras... só com sentimentos, só com sonhos... porque hoje me apetecia que o meu corpo não pesa-se... mas sobretudo porque não encontro outra forma de dizer que vos adoro..
bem ajam AMIGOS